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Fertilizantes NPK - O que são, tipos, fórmulas e cálculo

Entenda as diferenças entre os tipos de fórmula NPK.


O que são fertilizantes NPK

As plantas utilizam diversos nutrientes para o seu desenvolvimento, alguns exigidos em grandes quantidades (macro nutrientes) e outros em pequenas quantidades (micro nutrientes). Dentre os macronutrientes, os mais consumidos para o desenvolvimento das plantas são o nitrogênio (importante para o crescimento da planta), o fósforo (importante para a formação de flores e frutos) e o potássio (importante para a resistência a doenças), e por isso, existem fertilizantes elaborados com diferentes proporções destes 3 nutrientes, chamados de fertilizantes "NPK", que atendem diferentes necessidades dos solos e das culturas.

NPK é uma sigla com os símbolos destes elementos na tabela periódica, sendo N - nitrogênio, P - fósforo e K - potássio. Os números que acompanham a fórmula NPK indicam a proporção destes nutrientes. Por exemplo, para uma fórmula NPK 15-15-20, temos 15 partes de nitrogênio, 15 partes de fósforo e 20 partes de potássio. É fundamental aplicar a proporção e quantidade correta de nutrientes para cada cultura, bem como realizar a aplicação na época certa, pois as plantas possuem diferentes necessidades de nutrientes conforme o seu ciclo de vida.

Ainda que estes nutrientes sejam os principais, em termos de quantidade, apenas o NPK não é suficiente para garantir produtividade e qualidade na lavoura. Existem outros nutrientes que também são fundamentais para as plantas, e você pode ler sobre eles clicando aqui!

 

 

Cálculo da adubação NPK (formulada)

Quando precisamos aplicar diferentes quantidades de nitrogênio, fósforo e potássio, essa necessidade pode ser atendida pela aplicação de um único produto composto / formulado. Nestes adubos temos diferentes proporções destes elementos, para atender as mais diversas necessidades, definidas pela cultura e pela análise de solo. A proporção entre os nutrientes é calculada pela divisão dos três números pelo menor deles (geralmente o número referente ao nitrogênio), definindo assim a proporção entre os nutrientes.

Por exemplo, ao adubarmos uma cultura que necessite, por hectare, de 30 kg de nitrogênio (N), 90 kg de fósforo (P2O5) e 60 kg de potássio (K2O), faremos o seguinte cálculo:

  1. Dividir os 3 números pelo menor (30 kg de nitrogênio): 30/30 - 90/30 - 60/30, resultando em uma proporção 1-3-2
  2. Procurar por adubos que contenham a proporção 1-3-2, iremos encontrar as fórmulas 8-24-16, 6-18-12 e 5-15-10, dessa forma avaliamos qual tem o melhor custo-benefício. 
  3. Calcular a quantidade que atende a necessidade da cultura. Por exemplo, na fórmula 6-18-12, em 100 kg teremos 6 kg de N. Como precisamos de 30 kg para a cultura, precisaremos de 500 kg desta fórmula.

A fórmula NPK pode também ser preparada na propriedade através da mistura de fertilizantes simples ou mistos, sempre atentando para as quantidades e evitando misturas mal feitas e reações indesejadas entre os nutrientes. Abaixo temos uma tabela ilustrando a compatibilidade entre alguns adubos simples:
 

Tabela 1. Compatibilidade entre adubos simples.
Mistura de adubos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Sulfato de amônio (1) - c c c c c c c c c i c
Nitrato de sódio (2) c - c c c c c c c c c c
Nitrato de potássio (3) c c - c c c c c c c c c
Nitrocálcio (4) c c c - c c c c c c i c
Nitrato de amônio (5) c c c c - c c c c c i c
Sulfonitrato de amônio (6) c c c c c - c c c c i c
Ureia (7) c c c c c c - c c c x c
Superfosfatos (8) c c c c c c c - c c i c
Fosfato monoamônico (MAP) (9) c c c c c c c c - c i c
Fosfato diamônico (10) c c c c c c c i c - i c
Termofosfatos (11) i c c i i i x i i i - i
Fosfatos naturais (12) c c c c c c c c c c i -

c = compatíveis; i = incompatíveis; x = podem ser misturados apenas para aplicação imediata

 

Ao comprarmos um fertilizante misturado ou que será misturado, devemos verificar o tamanho das partículas da mistura. Com exceção de partículas granuladas ou fluídas, se os componentes tiverem granulometria variada, pode ocorrer segregação entre estes, resultando em distribuição irregular da mistura, resultando em prejuízos.

 

Tipos de fertilizantes NPK

Mistura de grânulos: composto por uma mistura de dois ou três grânulos diferentes, na qual cada grânulo é fonte de apenas um nutriente.

 

Mistura granulada: o NPK granulado é composto por uma mistura em pó que passou por um processo de granulação, fazendo com que nutrientes fiquem no mesmo grânulo.

 

NPK de liberação lenta

Neste composto, os nutrientes são liberados lentamente, apresentando os seguintes benefícios:

  • Fornecimento contínuo de nutrientes durante o desenvolvimento das mudas;
  • Melhor aproveitamento de nutrientes, sem que ocorra excesso ou deficiência;
  • Nutrição segura;
  • Nutriente disponível durante 2 a 14 meses;
  • Maior desenvolvimento de raízes.

 

NPK micrado com micronutriente

Neste composto, há a adição de micronutrientes nos grânulos, proporcionando uma boa distribuição destes.

 

Critérios econômicos para escolha de fórmulas NPK

Para calcular o custo-benefício em adubos NPK, podemos proceder de duas formas: comparar duas ou mais fórmulas disponíveis no mercado ou comparar o custo da compra do NPK com o custo do preparo da mistura de adubos simples comparados separadamente.

 

Comparação entre fórmulas NPK e adubos simples: antes de mais nada, neste caso, devemos considerar se na propriedade existe uma estrutura adequada para preparar a mistura de maneira eficaz. Uma mistura inadequada resulta em prejuízos.

Ao compararmos a preparação do adubo na fazenda com a fórmula já pronta, devemos comparar os custos dos componentes entre si mais o custo do preparo da mistura com o custo do adubo NPK.

 

Comparação entre fórmulas diferentes:

  1. Comparação entre fórmulas com proporções iguais: quando as fórmulas apresentam a mesma proporção (ex: 6-21-12 e 8-28-16), calculamos a quantidade a ser usada por hectare para cada fórmula, somada ao custo de frete, armazenamento e aplicação e optamos pelo mais barato.
  2. Comparação entre fórmulas com proporções diferentes: neste caso, temos três opções:
  • Proporção igual entre fósforo e potássio, sendo o teor de nitrogênio diferente nos adubos, assim, adquirir o adubo que forneça as quantidades desejadas de fósforo e potássio com menor custo, e mudar a quantidade de aplicação de nitrogênio em cobertura;
  • Proporções desiguais, porém, com teores de nitrogênio, fósforo e/ou potássio ligeiramente diferentes do desejado, neste caso, usamos o adubo com menor custo final. Diferenças com valores menores do que 5 kg de algum nutriente por hectare são irrelevantes financeiramente, no que concerne aos resultados esperados com a adubação.
  • Proporções diferentes entre si, com concentrações muito diversas. Desta forma podemos calcular o custo do fornecimento total de fósforo via fórmula NPK e o custo de aplicações complementares em cobertura de nitrogênio e fósforo. Não se deve exceder a quantidade de nitrogênio e potássio a ser adubada, as aplicações em cobertura podem ser feitas com adubos simples ou fórmulas com apenas nitrogênio e potássio.
     

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Anderson Wolf Machado - Engenheiro Agrônomo

 

Referências:

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIÊNCIA DO SOLO. Manual de Adubação e de Calagem Para os Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. 11. ed. Porto Alegre: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2016.

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