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Boas práticas garantem qualidade do leite e prevenção contra doenças em caprinos

BPAs para a produção de leite de cabra podem garantir qualidade do produto e seus derivados e prevenir contra doenças como a mastite



Foto: Marcel Oliveira

Boas Práticas Agropecuárias (BPAs) para a produção de leite de cabra podem garantir qualidade do produto e seus derivados e, ainda, prevenir contra doenças como a mastite. Essas recomendações serão tema da palestra sobre Controle da Qualidade do Leite, que será ministrada pela pesquisadora Viviane Souza, da Embrapa Caprinos e Ovinos (Sobral-CE), na próxima sexta-feira (24), às 18 horas, no "Dia D", evento, promovido pela Fazenda Carnaúba (Taperoá-PB), com programação que integra palestras, exposições e intercâmbio de conhecimentos e que acontecerá, neste ano, em edição online, com acesso pelo site: https://diadfazendacarnauba.com/.
 
O conjunto de Boas Práticas envolve recomendações e técnicas de manejo relacionadas não somente à ordenha, mas também a sanidade animal, alimentação, cuidados com instalações e conservação do leite. “Essas medidas terão impacto significativo em relação à aceitação do consumidor e à segurança alimentar, uma vez que haverá melhoria na qualidade do leite produzido”, destaca Viviane.

A pesquisadora ressalta também que essas medidas podem prevenir e controlar a mastite, inflamação nas tetas das fêmeas que, além de afetar qualidade do leite, traz perdas produtivas para rebanhos de caprinos leiteiros. “Essas medidas estão relacionadas, principalmente, aos aspectos higiênicos das glândulas mamárias durante a ordenha e das pessoas envolvidas no processo de obtenção do leite. Com aplicação de boas práticas agropecuárias, haverá diminuição da incidência de mastite e aumento da produção de leite”, frisa ela.
 
Um conjunto de Boas Práticas Agropecuárias na produção do leite caprino deve observar cuidados que já começam antes mesmo da ordenha, para respeitar higiene e bem-estar animal. A recomendação é que as instalações, a água fornecida aos animais e os baldes para guardar o leite estejam limpos. A condução de animais para a ordenha deve ser feita de forma tranquila, para evitar estresse e lesões às cabras utilizadas na produção.

Os cuidados com higiene são extensivos aos ordenhadores, que devem sempre lavar as mãos com água, sabão comum ou detergente neutro. Os cabelos devem estar presos, com boné ou touca, as unhas curtas e as vestimentas higienizadas. Ordenhadores que estiverem doentes ou com ferimentos, principalmente nas mãos, não devem retirar o leite dos animais, passando, se possível, o serviço para outra pessoa. Dicas para higiene de ordenhadores podem ser vistas no vídeo a seguir: https://youtu.be/211bbrbVS1s 

Cuidados na ordenha

No processo de ordenha, deverão ser ordenhadas, inicialmente cabras sadias, que nunca apresentaram inflamação nas mamas. Em seguida, passa-se para aquelas que já tiveram este tipo de inflamação, mas que agora não apresentam mais inchaços. Na sequência, podem ser ordenhadas cabras com inflamação, mas o leite deve ser descartado, principalmente se estiver talhado ou com cor diferente da normal. Também deve ser descartado leite de cabras em tratamento com antibióticos.

Ainda na ordenha, é recomendável lavar as tetas com água clorada, antes de iniciar o processo, com secagem feita com papel toalha. Outro procedimento importante nesta etapa, para identificar as cabras que apresentam a mastite clínica [aquela em que sintomas são perceptíveis] é o teste com caneca telada ou de fundo escuro.
 
Neste teste, são ordenhados os primeiros jatos de leite, fazendo descarte em balde apropriado. Em seguida, deve-se observar, no leite, a presença de grumos [aspecto semelhante ao do leite coalhado], pus ou sangue. Se isso acontecer, a mastite pode ser detectada e essas cabras retiradas do rebanho e tratadas, sempre com orientação de médico veterinário. Veja dicas de como fazer o teste no vídeo a seguir: https://youtu.be/H6MtpQx0Fso

A ordenha manual deve ser realizada com movimentos lentos, para ajudar o estímulo e a descida do leite, além de evitar lesões que possam machucar o animal. Após a ordenha, aplica-se nas tetas uma solução de iodo a 0,5% com glicerina, que permite a formação de um tampão no orifício da teta, impedindo a entrada de microrganismos. No caso de ordenha mecânica, recomenda-se observar o manual do fabricante do equipamento.

Uma solução recomendada pela Embrapa é o Kit Embrapa de Ordenha Manual para Caprinos Leiteiros. Sua montagem e seu uso são explicados neste vídeo: https://youtu.be/OYImTAEGRI8

Após a ordenha, é recomendada a manutenção dos animais de pé após a ordenha, para que o orifício da teta se feche e evite a entrada de micróbios para o úbere. Uma alternativa para isso é disponibilizar alimentos no cocho. Finalizado o processo, recomenda-se a lavagem dos utensílios e equipamentos com água corrente, preferencialmente clorada, fazendo uso de escova e de detergente neutro. Após a lavagem, todos os utensílios devem permanecer emborcados para descida da água e resíduos, além de proteção contra insetos, ratos e baratas.

Já o leite ordenhado deve ser filtrado em coador limpo e armazenado em baldes fechados. Depois, é recomendado o resfriamento do leite, em temperatura igual ou inferior a 4°C, logo após o término da ordenha, para inibir a multiplicação de micróbios e conservar a qualidade do leite. 

Dia D

O evento promovido pela Fazenda Taperoá acontecerá de 24 a 26 de julho e reúne criadores, expositores e pesquisadores, sendo voltado para a geração de negócios e troca de experiências. O Dia D também traz a programação de palestras e capacitações profissionais. Para participar, é só fazer o credenciamento pelo site do evento:  https://diadfazendacarnauba.com/. Mais informações pelos telefones: (83) 98795-1857 / 98878-3343 ou pelo e-mail: [email protected]

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