Minas Gerais prorroga vacinação contra brucelose
Os produtores rurais devem vacinar as fêmeas bovinas e bubalinas
Minas Gerais, pioneiro na execução de políticas públicas para o controle da brucelose, enfrenta um déficit de aproximadamente 130 mil doses de vacinas no primeiro semestre de 2024. Em resposta, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) prorrogou a primeira etapa de vacinação e a declaração contra a brucelose até 31 de julho, conforme a Portaria nº 2.313, publicada em 29 de junho. As informações foram divulgadas pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais.
Os produtores rurais devem vacinar as fêmeas bovinas e bubalinas, de 3 a 8 meses de idade, e declarar a imunização nas unidades do IMA até 10 de agosto de 2024. Atualmente, o estoque de vacinas no estado é de cerca de 378 mil doses da vacina B19 e 146 mil doses da RB51, distribuídos em mais de 650 estabelecimentos comerciais em 400 municípios mineiros. No entanto, apenas 39,5% das bezerras foram vacinadas até o momento, bem abaixo do índice vacinal anual mínimo de 80% determinado pelo Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal (PNCEBT).
A previsão do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) é de que os estoques de imunizantes sejam regularizados no segundo semestre, com a produção de aproximadamente 14,5 milhões de doses da vacina B19 entre junho e dezembro por laboratórios autorizados.
A vacinação, realizada duas vezes ao ano por profissionais cadastrados no IMA, utiliza as vacinas B19 e RB51, sendo esta última aplicável em fêmeas acima de 8 meses. Após a vacinação, os pecuaristas devem comprovar a imunização nas unidades do IMA, com o atestado de vacinação emitido por um veterinário cadastrado no PNCEBT.
Além da vacinação, os produtores devem testar a brucelose em machos a partir de oito meses de idade e em fêmeas imunizadas com a vacina B19 a partir de 24 meses. Veterinários habilitados devem enviar relatórios mensais dos insumos utilizados e exames realizados, notificando o IMA sobre resultados positivos inconclusivos.
A brucelose, uma zoonose sem cura, pode ser transmitida ao ser humano e causa significativas perdas econômicas no setor pecuário devido ao aborto, queda na produção de leite e diminuição no ganho de peso dos animais doentes. A vacinação é obrigatória e não vacinar o rebanho pode resultar em multas de 25 UFEMGs (R$125,90) por bezerra, enquanto a falta de declaração de vacinação pode acarretar multa de 5 UFEMGs (R$25,18) por bezerra.
Para facilitar o processo, o IMA disponibiliza modelos de atestados de imunização no seu site e recomenda que esses documentos sejam entregues prontamente em um de seus escritórios seccionais ou enviados por e-mail após a vacinação.
Com a prorrogação da vacinação, o estado de Minas Gerais reforça seu compromisso com a saúde pública e a segurança da produção pecuária.