Clima e custos influenciam desempenho do leite
Carrapatos ainda preocupam produtores no Rio Grande do Sul

A bovinocultura de leite no Rio Grande do Sul mantém, em geral, um desempenho estável, embora produtores enfrentem desafios relacionados à alimentação dos rebanhos e ao aumento dos custos de produção. É o que aponta o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, divulgado na quinta-feira (3). Segundo o levantamento, as temperaturas amenas contribuíram para o conforto térmico dos animais, favorecendo o pastejo, a recuperação corporal e a melhoria no estado sanitário. “A menor incidência de problemas como mastite e lesões de casco tem sido observada em boa parte das propriedades”, informou a Emater. No entanto, a infestação por carrapatos ainda preocupa em áreas onde não foram adotadas medidas preventivas.
Na região administrativa de Bagé, as perdas causadas pela estiagem e pelo estresse térmico começaram a ser contidas, mas os custos com alimentação aumentaram devido à necessidade de suplementação com ração, feno e silagem. Em Caxias do Sul, a estiagem antecipou o vazio forrageiro, exigindo maior uso de silagem de milho para garantir a nutrição do rebanho. “Apesar da redução na produtividade, a condição corporal dos animais e a qualidade do leite seguem dentro dos padrões”, destacou o boletim.
Na região de Erechim, o rebanho apresenta condições gerais adequadas, com melhora no conforto térmico e estabilidade sanitária, embora persistam limitações na oferta de água e registro de infestação por carrapatos. Em Frederico Westphalen, o uso mais intenso de silagem elevou os custos, enquanto, em Ijuí, a forragem conservada já responde por mais da metade da dieta fornecida. Nessa região, também houve queda nos registros de leite com LINA em sistemas a pasto.
Em Passo Fundo, a produção de leite segue dentro da normalidade, apoiada no uso de alimentos conservados e concentrados, ainda que com aumento dos custos. Já em Pelotas, as chuvas recentes favoreceram o crescimento das pastagens, e produtores intensificam o plantio de forrageiras de inverno. Em Porto Alegre, pastagens de verão implantadas tardiamente ainda garantem algum pastejo, mas a maioria das áreas já se encontra em final de ciclo.
Santa Maria vive o fim das pastagens anuais e o início da semeadura de espécies de inverno, reduzindo a disponibilidade de forragem em diversas propriedades. Em Santa Rosa, a produção de leite registrou leve queda, atribuída à baixa qualidade das forragens. “Os produtores têm recorrido ao uso de feno e ração, mantendo áreas de pastagem em descanso”, observou a Emater.
Em Soledade, a comercialização do leite segue estável, mas os produtores avaliam com cautela os custos relacionados à alimentação do rebanho, buscando equilíbrio entre produtividade e viabilidade econômica.