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Um milhão de pessoas ainda podem ser salvas



Opinião Livre

Por Alexandre Manzini, engenheiro Agrônomo formado pela Universidade Federal de Uberlândia e Gerente de Produtos Inseticidas da UPL Brasil.

Segundo dados de um estudo publicado pela Nature Communication, um milhão de pessoas deixam de ser alimentadas no mundo por causa de perdas da agricultura com insetos e pragas. Em alguns cultivos, senão tratado da forma adequada, o prejuízo pode chegar a 75% ou até 100% da lavoura. A mesma pesquisa aponta também para um crescimento ainda maior nestes prejuízos, conforme o aumento da temperatura média do planeta.

No Brasil não é diferente. Duas pragas estão preocupando bastante os agricultores nas últimas safras: o percevejo e a mosca-branca. O primeiro, é um incomodo que só faz crescer há anos, gerando prejuízos astronômicos para os produtores. Presente em várias culturas e com diversas espécies, o percevejo é uma dor de cabeça que pode gerar perdas consideráveis.

A mosca-branca não fica atrás. Com incidência em todas as regiões e biomas, esta praga vem se tornando uma preocupação maior a cada safra. A praga já conhecida no hortifrúti e na cultura do feijão vem aumentando agressivamente sua incidência na cultura da soja. Caso ocorra nos primeiros estágios de desenvolvimento da planta, o produtor pode até perder toda a safra.

E os riscos não são somente os já conhecidos. Existem também pragas que ainda não desembarcaram em solo brasileiro, mas que já provocam calafrios nos pesquisadores. A lagarta Chilo partellus é originária do continente asiático, mas já é encontrada no Oriente Médio, na África e Austrália. A praga pode atacar plantações de milho, sorgo, arroz, trigo, cana-de-açúcar, milheto e gramíneas silvestres. De acordo com a Empresa de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Moçambique, infestações em milho tardio atingiriam 87% das lavouras e geraram estragos em 70% dos grãos.

Para antever e preparar o agricultor para o futuro, o investimento em pesquisas surge como uma das ferramentas. Estudos aprofundados das condições e possíveis alterações podem fazer com que a produtividade se mantenha, mesmo com as adversidades.

Outro fator importante é que estas pesquisas cheguem até o agricultor. Quanto mais entendermos o campo e colocarmos em prática, menor será a incidência e severidade de pragas, o que diminui o custo e aumenta a produtividade das lavouras. Estudos, somados a um manejo integrado de pragas, são a receita ideal para um controle correto de resistência.

Buscando ajudar nesta receita, a UPL do Brasil reuniu entomologistas renomados do Brasil em um grupo denominado Falcon Team. Formado por especialistas das mais diversas culturas e das mais diferentes regiões do país, time busca somar diferentes experiências em busca de respostas conjuntas para um manejo de resistência de pragas. O conhecimento gerado por estes pesquisadores, aliado a novas soluções tecnológicas que possam surgir destes estudos, pode servir de armas para os produtores em questão na batalha para o controle destes insetos que podem comprometer toda a safra.  

Visto que a resistência desses patógenos aos inseticidas vem aumentando ano a ano, é necessário que haja novos métodos e tratamentos e novas soluções para o controle de pragas, podendo evitar que um milhão de pessoas deixem de se alimentar. Levar ao produtor soluções de controle de insetos e garantir uma safra que supra a necessidade de consumo é o compromisso do Falcon Team.
 

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