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A adubação foliar no trigo

Leia sobre a adubação foliar no trigo.



Foto: Divulgação

Não existem tantos estudos sobre a adubação foliar no trigo. Alguns pesquisadores defendem que os estudos sobre adubação foliar em lavouras anuais são erráticos. O assunto é bastante complexo e alguns benefícios ainda não são comprovados. A aplicação foliar é limitada por alguns fatores, como:

  • solubilidade do fertilizante;
  • grau de mobilidade do nutriente no floema;
  • temperatura do ar (abaixo de 25ºC);
  • umidade relativa do ar (deve ser alta) durante e após a aplicação;
  • idade da folha (folhas mais velhas possuem maior capacidade de absorção de fertilizante foliar);
  • quantidade de nutriente que pode ser suprida pela pulverização.

Após a aplicação da adubação foliar, a absorção pode demorar horas ou dias. Alguns estudos com fórmulas comerciais com nitrogênio, fósforo, potássio, micronutrientes e hormônios de crescimento não apontaram respostas significativas do trigo na maioria das situações. No mercado de fertilizantes foliares, o trigo é pouco participativo. Em alguns casos a aplicação foliar pode ser útil, por exemplo na aplicação nitrogenada quando o solo apresenta déficit hídrico e não há previsão de chuva. Porém, como a adubação foliar permite apenas uma pequena quantidade de nitrogênio, são necessárias várias aplicações. A concentração máxima de ureia na calda deve ser de 10%, pois, a partir de 12%, ocorrem danos pelo efeito salino. Pequenos danos salinos no afilhamento e alongamento podem não reduzir o rendimento, mas se o dano ocorrer na folha bandeira, podem ocorrer prejuízos significativos.

Dessa forma, a aplicação foliar é indicada apenas em lavouras com alto potencial de rendimento, em períodos de estiagem ou solos com teor baixíssimo de matéria orgânica, cujo suprimento de nitrogênio por este meio será insuficiente. Caso exista previsão de geada, a aplicação foliar não deve ser feita, bem como durante a antese.

 

Observando o efeito da aplicação de nitrogênio no trigo

Para observarmos o efeito da aplicação do nitrogênio em cobertura, podemos fazer uma "janela de observação", fechando o distribuidor de fertilizante durante alguns segundos, em um pequeno percurso de 10 ou 20 metros. Após duas semanas, se a cor das plantas de trigo for menos intensa, significa que as plantas no entorno terão se beneficiado da aplicação do nutriente, evidenciando a deficiência do nitrogênio no solo.

 

Anderson Wolf Machado - Engenheiro Agrônomo

 

Referências:

DARIO, G. J. A.; DARIO, I. S. N. Adubação. In: BORÉM, A.; SCHEEREN, P. L. Trigo: do Plantio à Colheita. [S. l.]: Universidade Federal de Viçosa, 2015. cap. 6, p. 119-140.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIÊNCIA DO SOLO. Manual de Adubação e de Calagem Para os Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Porto Alegre: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2016.

WIETHÖLTER, S. Fertilidade do solo e a cultura do trigo no Brasil. In: PIRES, J. L. F.; VARGAS, L.; CUNHA, G. R. da. Trigo no Brasil: bases para produção competitiva e sustentável.. [S. l.: s. n.], 2011.

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