CI

Como regular as máquinas na semeadura do trigo?

Leia sobre aspectos gerais na regulagem da semeadora de trigo.



Foto: Divulgação

A regulagem de máquinas para a semeadura do trigo deve ser feita de maneira criteriosa, de forma a estabelecer um estande adequado de plantas. Ainda antes da semeadura, devem ser verificados alguns ajustes da semeadora:

  • Observar se os reservatórios da semeadora estão livres de impurezas;
  • Observar os dosadores de fertilizantes e sementes, procurando por possíveis desgastes e/ou corrosão;
  • Verificar a montagem dos dosadores, observando se estes estão ajustados e girando livremente sem necessidade de esforço, principalmente no uso de sementes tratadas com produtos químicos, produtos esses que podem acumular nos dosadores;
  • Verificar se os condutores de sementes e fertilizantes estão desobstruídos;
  • Quando utilizados sulcadores de discos, verificar se os discos estão girando livremente;
  • Verificar se a pressão dos pneus da semeadora está adequado e igual em todas as rodas;
  • Verificar o ajuste dos mecanismos de transmissão, buscando se existem peças desgastadas e a tensão das correntes e, quando necessário, realizar reparos;
  • Lubrificar os mecanismos.

A semeadora deve estar nivelada no sentido longitudinal e transversal, de forma que as linhas de semeadura recebam a mesma carga, transferindo a mesma carga nos mecanismos rompedores de solo, mantendo a semeadura uniforme.

O controle da profundidade de semeadura pode ser feito através da regulagem da pressão exercida nas molas sobre os sulcadores, ajustando o cabeçalho da semeadora, curso das molas ou pressão sobre as molas. Uma regulagem mais precisa é obtida através das rodas seguidoras de superfície.

Entre uma safra e outra, as semeadoras podem passar um bom tempo inativas, recomendando-se assim, realizar a manutenção, através de alguns cuidados:

  • Limpeza dos reservatórios;
  • Desarme e limpeza dos dosadores;
  • Limpeza dos rompedores de solo, mecanismos cobridores ou pressionadores da linha de semeadura;
  • Limpeza dos condutores de sementes e fertilizantes;
  • Lubrificação dos mecanismos;
  • Registrar os problemas encontrados durante o uso da semeadora, solucionando-os após a safra.

 

Discos de corte na semeadura do trigo

Os discos de corte cortam a palha e abrem o sulco. Os discos de corte plano e borda lisa ou recortada possuem menor área de contato com o solo, exigindo menor força da semeadora para cortar a palha e abrir o sulco. Já os discos ondulados possuem maior área de contato com o solo, demandando maior energia da semeadora para o mesmo processo. Já os discos de corte estriado e corrugado atuam de forma intermediária entre os dois anteriores quanto à necessidade de força. Os discos estrados ou ondulados são menos propensos à patinagem e embuchamento.

Discos de corte com até 18 polegadas de diâmetro são mais efetivos para cortar a palha e abrir o sulco quando existe até 5t de palha no solo. Neste mesmo caso, se forem utilizados discos de corte com maiores diâmetros (20 a 24 polegadas), a palha tende a ser empurrada para dentro do sulco. Além disso, discos com diâmetro maior exigem maior necessidade de carga da semeadora. Se forem usados discos com diâmetro menor (13 polegadas), a palha será empurrada para frente, ocasionando o embuchamento. A combinação mais adequada para discos duplos defasados é de 17 x 15 polegadas.

Ressaltamos também a importância do uso de limpadores (internos e externos) dos sulcadores de discos, proporcionando um bom corte de palha, boa abertura de sulco e menor mobilização do solo na linha de semeadura.

Quando há pouca palha na superfície do solo, pode-se dispensar o disco de corte e usar apenas os mecanismos sulcadores, formados por discos duplos desencontrados. Este mesmo mecanismo pode ser usado também em lavouras com presença de pedras.

 

Velocidade do trator na semeadura do trigo

A velocidade do trator deve ser compatível com o dosador de sementes e com as condições do terreno. A velocidade afeta a profundidade da deposição de semente, uniformidade de distribuição longitudinal, índice de emergência de plantas, demanda de potência do trator, consumo de combustível e patinagem do trator. Velocidades acima de 8 km/h podem reduzir a distribuição de sementes com espaçamentos normais e aumentar falhas e duplos. Com o aumento da velocidade, aumenta-se a mobilização de solo e diminui-se a regularidade de profundidade das sementes, diminuindo a uniformidade de emergência das plantas.

 

Anderson Wolf Machado - Engenheiro Agrônomo

 

Referências:

BORÉM, A.; SCHEEREN, P. L. Trigo: do Plantio à Colheita. [S. l.]: Universidade Federal de Viçosa, 2015.

PIRES, J. L. F.; VARGAS, L.; CUNHA, G. R. da. Trigo no Brasil: bases para produção competitiva e sustentável. [S. l.: s. n.], 2011.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.