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A importância do período de alongamento do colmo na produtividade do trigo

Leia sobre a importância do período de alongamento do colmo na produtividade do trigo.



Foto: Divulgação

O período de alongamento do colmo (estádios espigueta terminal e antese) é bastante importante para o trigo, sendo o período que define o número de grãos/m², uma vez que é nesse período em que é determinado o número de flores férteis e, consequentemente, o número potencial de grãos por área. Estudos da Embrapa na década de 90 com cultivares de trigo que obtiveram grandes aumentos de rendimento revelaram a importância deste período, visto que o número de grãos/m² foi o componente de rendimento mais associado com a evolução do rendimento. Apesar disso, pouca discussão foi realizada sobre a contribuição da duração deste período na produtividade.

 

Como o período espigueta terminal - antese pode aumentar minha produtividade no trigo?

Abaixo vamos ler algumas estratégias para maximizar este período:

 

Uso de marcadores de desenvolvimento

Como este período é muito importante para definir o número de grãos/m², é necessário marcar esse momento no tempo, disponibilizando recursos para maximizar a produção. Diferentes cultivares com a mesma duração do ciclo podem apresentar uma duração diferente da fase espigueta terminal - antese, com um potencial de rendimento diferente. Desta forma, é importante identificar estas fases no tempo, planejando o uso mais efetivo de recursos como água, temperatura, radiação, nutrientes etc., visando a máxima produção.

 

Aumento da duração do período "espigueta terminal - antese (ET - AN)"

Distribuição temporal da cultura

O ajuste dessa fase em temperaturas mais amenas oportuniza o aumento da sua duração, proporcionando maior acúmulo de biomassa na espiga, aumentando o número de grãos. Um estudo feito pela Embrapa Trigo evidenciou que a semeadura muito precoce (meados de maio) em Passo Fundo-RS reduziu o período entre a semeadura e o duplo anel, colocando o período duplo anel - espigueta terminal e espigueta terminal - antese em melhores condições de temperatura, proporcionando um alongamento desses períodos e, consequentemente, maior acúmulo de reservas resultando em maior número de espiguetas (definido no DA-ET) e número de grãos/m² (ET-AN).

 

Uso de cultivares com resposta ao fotoperíodo e a vernalização

A duração das fases de desenvolvimento no trigo depende da sua sensibilidade ao fotoperíodo, vernalização e duração da "fase basal" de desenvolvimento. Estudos apontam que o fotoperíodo pode aumentar a duração do período ET-AN. Já a vernalização possui efeito na duração da fase vegetativa, fase de diferenciação das espiguetas e em algumas situações extremas, na duração da fase de alongamento do colmo.

 

Maximização do uso de nitrogênio

Aplicações precoces ou tardias de nitrogênio no trigo podem ser pouco aproveitadas pela cultura, pois existem momentos em que a planta absorve mais o nutriente. Conforme as recomendações técnicas para o trigo nos estados do RS e PR, o nitrogênio deve ser aplicado em cobertura para o período de afilhamento (entre 30 e 45 dias após a emergência). A generalização desse período de aplicação pode resultar em problemas, pois a planta não segue um calendário definido, mas sim um tempo biológico. A aplicação conforme o número de folhas também é limitada, pois o número de folhas é condicionado à temperatura e à cultivar.

A aplicação de nitrogênio deve ser dividida entre a semeadura, otimizando o crescimento inicial, e em cobertura, sendo esta última dividida entre os estádios duplo anel e espigueta terminal. Caso seja feita dose única, recomenda-se aplicar no estádio espigueta terminal, que antecede o momento de máxima necessidade de nitrogênio.

 

Anderson Wolf Machado - Engenheiro Agrônomo

 

Referências:

PIRES, J. L. F.; VARGAS, L.; CUNHA, G. R. da. Trigo no Brasil: bases para produção competitiva e sustentável. [S. l.: s. n.], 2011.

Rodrigues, O.; Teixeixa, M. C. C.; Costenaro, E. R.; Manejo de trigo para alta produtividade. Revista Plantio Direto, Passo Fundo, n. 125, p. 19-24, 2011.

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