Saiba tudo sobre a estria bacteriana no trigo!
Leia tudo sobre a estria bacteriana no trigo e o seu controle.

Essa doença começou a ser mais incidente no trigo conforme a cultura foi sendo cultivada em áreas mais tropicais, com condições mais favoráveis para o desenvolvimento da doença. A estria bacteriana, causada pela bactéria Xanthomonas campestris pv. undulosa, ocorre em todos os estados onde a cultura é cultivada, porém, é mais comum nos estados do Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, apesar da grande produção de trigo, a doença é severa apenas em regiões mais quentes e úmidas dos estados.
Quando ocorre a doença, a disseminação, severidade e perda de rendimento é maior nos anos em que a temperatura diurna é maior ou igual a 25ºC, associada a períodos longos (3 a 5 dias) de água livre na superfície foliar. Isto indica que, lavouras irrigadas por aspersão podem proporcionar um ambiente favorável ao desenvolvimento do agente causador da doença. Em ataques severos, podem ocorrer perdas de até 40% no peso dos grãos.
Sintomas da estria bacteriana no trigo
A doença pode ocorrer em todos os estádios de desenvolvimento, atacando toda a parte aérea da planta. Porém, os sintomas mais comuns são observados nas folhas, iniciando com manchas pequenas com estrias claras ou encharcadas, que adquirem posteriormente uma cor amarelo dourado, que se inicia do vértice para a ponta das folhas. Estas manchas irão formar estrias longitudinais entre as nervuras, que ficam translúcidas quando olhadas contra a luz. Os sintomas progridem para a necrose do tecido, com cores que oscilam entre marrom-claro, marrom avermelhado ou preto, e a posterior morte das folhas.
Outro sintoma é a presença de exsudato bacteriano, que possui um aspecto leitoso e ocorre com a presença de orvalho. Quando seco, este exsudato surge como grânulos duros, semelhantes a pequenos flocos.
Quando a severidade da doença é acentuada nas folhas, podem surgir sintomas também nas espigas, através de estrias escuras nas glumas, que se fundem deixando as glumas escuras, deixando a espiga preta. Este sintoma pode ser confundido com sintomas de problemas causados por outros patógenos.
Como controlar a estria bacteriana no trigo?
Algumas práticas devem ser realizadas para evitar a presença da estria bacteriana no trigo, tais como o cultivo em áreas livres de restos culturais de trigo ou outras gramíneas suscetíveis, uso de sementes sadias obtidas após inspeções rígidas nos campos de produção, evitar excesso de molhamento em áreas irrigadas, evitar injúrias na planta ao aplicar defensivos e usar cultivares com resistência à doença, quando disponíveis. Além disso, sementes que ficam armazenadas (de forma adequada) por mais de 6 meses reduzem de forma significativa a viabilidade das bactérias da doença.
Anderson Wolf Machado - Engenheiro Agrônomo
Referências:
BORÉM, A.; SCHEEREN, P. L. Trigo: do Plantio à Colheita. [S. l.]: Universidade Federal de Viçosa, 2015.
PIRES, J. L. F.; VARGAS, L.; CUNHA, G. R. da. Trigo no Brasil: bases para produção competitiva e sustentável. [S. l.: s. n.], 2011.