CI

Como controlar a mancha marrom no trigo?

Leia sobre as características e o controle da mancha marrom no trigo.


Foto: Canva

Diversos fungos causam manchas foliares no trigo, e muitas vezes é difícil diferenciar qual a espécie causadora da doença devido à grande semelhança de alguns sintomas. Dentre as doenças deste grupo, podemos citar:

  • Pyrenophora tritici-repentis (anamorfo Drechslera tritici-repens), causador da mancha amarela;
  • Cochliobolus sativus (anamorfo Bipolaris sorokiniana), causador da mancha marrom;
  • Phaeosphaeria nodorum (anamorfo Stagonospora nodorum), causador da mancha da gluma.

 

Mancha marrom no trigo

Causada por Cochliobolus sativus (anamorfo Bipolaris sorokiniana), costuma ocorrer em regiões mais quentes com alta umidade relativa. É uma importante doença pois pode causar perda total na lavoura, e pode ocorrer em qualquer parte ou estádio de desenvolvimento do trigo. 

O fungo se dispersa bastante através das sementes, e pode sobreviver em solo, por aproximadamente um ano, e em restos de cultura, sendo estas uma importante fonte de inóculo primário. Cultivares suscetíveis podem ter até 100% de incidência da doença.

As temperaturas ideais para a infecção do fungo são de 20ºC a 28ºC e 15 horas ou mais de molhamento foliar.  

 

Sintomas da mancha marrom no trigo

Nas folhas, bainhas e colmos surgem pequenas manchas com formato oval e coloração marrom-escura ou negra. As manchas vão ficando elípticas com o avanço da doença, ocorrendo também esporulação do fungo sobre estas. Também podem surgir necroses em plântulas e pontuações pretas nas sementes.

Quando ocorrem condições favoráveis ao fungo, podem ocorrer ataques também nos nós e entrenós, estrangulando e matando a planta. A espiga também pode ser atacada, prejudicando glumas, lemas, páleas e o ráquis. Grãos ficam enrugados e com menor peso, ficando escuros, sintoma conhecido como "ponta-preta".


Sintoma de mancha marrom em trigo. Foto: Flavio Santana / Embrapa Trigo.

 

Controle da mancha marrom no trigo

Como controle, devem ser usadas cultivares resistentes, uso de sementes sadias e o tratamento de sementes. Pode ser feita também a rotação de culturas com espécies que não sejam hospedeiras do fungo. Também deve ser feito o monitoramento contínuo, e, quando necessário, aplicar fungicida no início dos sintomas de ocorrência do fungo.

 

Anderson Wolf Machado - Engenheiro Agrônomo

 

Referências:

BORÉM, A.; SCHEEREN, P. L. Trigo: do Plantio à Colheita. [S. l.]: Universidade Federal de Viçosa, 2015.

PIRES, J. L. F.; VARGAS, L.; CUNHA, G. R. da. Trigo no Brasil: bases para produção competitiva e sustentável. [S. l.: s. n.], 2011.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.