Como controlar a larva-alfinete no trigo?
Leia tudo sobre a larva-alfinete no trigo.
As brocas são insetos cujas larvas se alimentam perfurando uma galeria e penetrando nas plantas. No trigo, como praga podemos destacar a broca-do-colo (Elasmopalpus lignosellus), também conhecida como lagarta elasmo, a broca-da-cana (Diatraea saccharalis), a broca-da-coroa-do-azevém (Listronotus bonariensis) e a larva-alfinete (Diabrotica speciosa). Essas espécies apresentam desenvolvimento holometabólico (ovo-larva-pupa-adulto), ocorrem em todas as regiões do país e em diversas outras culturas além do trigo, podendo causar danos significativos.
Características da larva-alfinete (Diabrotica speciosa)
A larva deste inseto possui uma cor branco-leitosa, com tórax, cabeça e pernas torácicas pretas, chegando a medir 1,0 a 1,2 cm de comprimento e 1 mm de diâmetro quando desenvolvidas. Já o adulto é um besouro verde, com 5 mm a 6 mm de comprimento, com cabeça castanha e três manchas amarelas em cada asa anterior, o que confere o nome comum de vaquinha-verde-amarela ou patriota.
Larva alfinete (Diabrotica speciosa), adulto (A) e larva (B). (Foto: Paulo Roberto Valle da Silva Pereira / Embrapa Trigo).
As fêmeas da larva-alfinete colocam os ovos no solo, de onde surgirão larvas que consomem as raízes e duram aproximadamente 18 a 23 dias, e, após viram pupas, que duram entre 12 a 17 dias. O ciclo de ovo a adulto dura entre 40 a 50 dias, dependendo das condições climáticas.
A larva alfinete é polífaga, ou seja, se alimenta também de outras espécies de plantas, inclusive culturas de bastante importância econômica como batata, feijão, milho e soja. No trigo, as larvas consomem as raízes e podem broquear a região coronal das plantas, causando enfraquecimento e até morte. Quando adultos, estes insetos se alimentam de hortaliças e diversas culturas, consumindo as folhas, colmo e grãos imaturos de trigo
Controle da larva-alfinete (Diabrotica speciosa) no trigo
Geralmente as brocas são pragas secundárias no trigo, não sendo o principal alvo das ações de controle. Assim, não existem níveis de ação definidos para se definir uma tomada de decisão do controle na cultura. O uso de inseticidas no tratamento de sementes geralmente causa efeito nas brocas que atacam o trigo no início do ciclo, porém, não existem produtos registrados oficialmente para esta espécie no trigo.
A rotação de culturas não é tão efetiva para o controle desta espécie, pois se trata de uma praga polífaga, que possui diversas plantas hospedeiras, cultivadas e não cultivadas. Pode ser feito o controle genético em milho usando cultivares resistentes, reduzindo a população dessas pragas em sistemas de cultivo que envolvam o trigo.
Diversas espécies podem realizar um controle biológico natural das pragas, como por exemplo fungos, bactérias, nematoides ou insetos predadores. No caso da larva-alfinete, existem produtos biológicos registrados específicos para essa praga, como o fungo Beauveria bassiana e o nematoide Heterorhabditis bacteriophora.
Anderson Wolf Machado - Engenheiro Agrônomo
Referências:
BORÉM, A.; SCHEEREN, P. L. Trigo: do Plantio à Colheita. [S. l.]: Universidade Federal de Viçosa, 2015.
PIRES, J. L. F.; VARGAS, L.; CUNHA, G. R. da. Trigo no Brasil: bases para produção competitiva e sustentável. [S. l.: s. n.], 2011.
Salvadori, José & Marsaro Júnior, Alberto & Suzana-Milan, Crislaine & Lau, Douglas & Engel, Eduardo & Pasini, Mauricio & Pereira, Paulo. (2022). Pragas da cultura do trigo.