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Como controlar a cárie comum no trigo?

Leia tudo sobre as características e o controle da cárie comum no trigo.


Foto: Canva

Causada pelos basidiomicetos Tilletia caries e Tilletia laevis, esta doença é popularmente chamada de grão de ponta preta ou carvão fedorento, e é conhecida há séculos pois já foi considerada uma grave doença do trigo, destruindo metade das lavouras em algumas regiões produtoras pelo mundo. 

Já no Brasil, a doença não foi tão importante. Pode ocorrer em condições climáticas favoráveis (temperaturas entre 5ºC e 15ºC e umidade no solo), quando são usadas sementes infestadas para o plantio. Neste caso, o fungo se desenvolve junto com a planta, e na fase de formação de sementes, este patógeno invade as sementes e forma estruturas no lugar. Porém, devido ao tratamento de sementes, a doença foi praticamente erradicada na cultura do trigo.

 

Sintomas da cárie do trigo

O sintoma mais característico dessa doença é o mau cheiro dos grãos, que lembra a peixe podre, e a transformação do interior do grão em um pó preto (imagem abaixo). Quando ocorre alta incidência da doença, é possível sentir o cheiro antes mesmo que a doença se torne visível. Além disso, plantas contaminadas ficam com um porte mais baixo do que as sadias, e as espigas contaminadas ficam verdes por mais tempo, mais eretas e menores do que as normais, além de apresentarem um aspecto arrepiado.


Sintoma de cárie no trigo: transformação do interior do grão em pó preto.

 

As sementes ficam cheias de teliósporos, as espiguetas se abrem, ficando verde-escuras e oleosas. Os grãos ficam verde-escuros, diferenciando-se dos grãos sadios. Ocasionalmente podem ser observados grãos sadios juntos aos grãos doentes na espiga. Na colheita ocorre liberação de estruturas do fungo, formando uma nuvem escura pela cor destas estruturas (esporos) que se encontram no ar, o que acaba também disseminando a doença. 

 

Controle da cárie comum no trigo

A doença é disseminada durante a colheita, quando ocorre a liberação de estruturas do fungo no ar, formando uma nuvem escura que é dispersa pelo vento. Além disso, grãos contaminados também podem liberar estruturas do fungo durante a trilha, contaminando os grãos não contaminados. A forma mais eficiente para o controle da cárie é o uso de fungicida no tratamento de sementes. Existem também cultivares resistentes à doença.

 

Anderson Wolf Machado - Engenheiro Agrônomo

 

Referências:

BORÉM, A.; SCHEEREN, P. L. Trigo: do Plantio à Colheita. [S. l.]: Universidade Federal de Viçosa, 2015.

PIRES, J. L. F.; VARGAS, L.; CUNHA, G. R. da. Trigo no Brasil: bases para produção competitiva e sustentável. [S. l.: s. n.], 2011.

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