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Produção de mudas de tomate

Leia sobre aspectos gerais da produção de mudas de tomate.


Foto: Canva

O cultivo de tomate pode ser feito através da semeadura direta, semeando as sementes no solo direto na área de produção, ou através da semeadura indireta, através da produção de mudas e posterior transplantio para a área de produção. A semeadura direta pode apresentar algumas desvantagens:

  • O pequeno tamanho das sementes de hortaliças dificulta a semeadura direta no campo. Isso ocorre pois o tamanho reduzido faz com que as sementes possuam uma reserva de nutrientes muito pequena. Além disso, como a semente é pequena, ela possui pouca superfície de contato com o solo, e pode se alojar em bolsões de ar, sem contato com o solo e umidade, que diminuem a germinação da semente;
  • O alto custo das sementes com alto padrão genético faz com que se torne mais caro a semeadura direta, pois o número de sementes necessárias é maior;
  • A densidade de plantas na lavoura exige a mão-de-obra para retirar o excesso de plantas germinadas em alguns pontos;
  • Requer canteiros bem feitos, e o campo deve estar bem nivelado  para que as sementes não sejam arrastadas
  • A planta na fase de muda é mais suscetível aos prejuízos das condições ambientais e plantas daninhas.

 

Para evitar estes problemas, pode ser feita a semeadura indireta, através da produção de mudas em viveiro e posterior transplantio para a área de cultivo. A tecnologia de produção de mudas em cultivo protegido traz diversos benefícios ao produtor, resultando em avanços na produtividade, competitividade, precocidade e melhores condições fitossanitárias das plantas. Estudos estimam que até 60% do sucesso do cultivo vem do uso de mudas de qualidade. A semeadura indireta através de mudas apresenta algumas vantagens:

  • Produtores especializados podem abastecer o mercado com mudas de alta qualidade;
  • Maior economia de sementes, devido à melhor taxa de germinação;
  • Melhor estado fitossanitário e nutricional;
  • Otimização de condições ambientais e de manejo das mudas;
  • Maior precocidade, proporcionando mais ciclos de produção durante o ano;
  • Seleção e descarte de mudas de baixo vigor, proporcionando uniformidade na lavoura;

Muitos produtores não possuem estufas e/ou experiência para realizar também a produção de mudas, e dessa forma contam com produtores de mudas. Para garantir o fornecimento de mudas de qualidade e em quantidade, deve-se contratar antecipadamente o produtor de mudas para garantir as mudas das variedades que desejam cultivar. 

 

Estágios da produção de mudas

Desde o momento da semeadura até a maturação fisiológica, a produção de mudas de tomate passa por quatro estágios diferentes, cada um com diferentes necessidades de umidade, temperatura, umidade e nutrição:

  • Estágio 1: vai da semeadura até a emergência da radicela;
  • Estágio 2: vai da emergência da radicela até a expansão dos cotilédones;
  • Estágio 3: vai da expansão dos cotilédones até o aparecimento das folhas verdadeiras;
  • Estágio 4: vai do aparecimento das folhas verdadeiras até o transplante das mudas.

 

As mudas de qualidade devem conter algumas características:

  • Uniformidade das mudas: a produção de mudas deve ser feita em uma perspectiva de fábrica, onde todas as mudas recebem o mesmo tratamento em todos os aspectos, devendo apresentar as mesmas características;
  • Precocidade de emergência: além do aspecto genético da semente, se relaciona também com o tipo de substrato e tratamento realizado.
  • Vigor: o vigor se relaciona bastante com o diâmetro do colo da haste. Quanto maior o diâmetro, mais fibras, e consequentemente menos tombamento e ataque de pragas. Também existe uma relação entre o diâmetro e a altura. Mas vale ressaltar que plantas muito altas não significa que são vigorosas, pois a altura excessiva pode causar estiolamento. Outro indicador de vigor é a presença e tamanho de folhas cotiledonares. O amarelecimento de folhas cotiledonares significa a translocação de fotoassimilados para folhas verdadeiras, indicando a necessidade de mais nutrientes e prejuízos em relação ao desenvolvimento das mudas. Com o passar do tempo, se as mudas não forem nutridas ou transplantadas para o campo (em caso de armazenamento), a deficiência nutricional pode atingir as folhas verdadeiras também.
  • Ausência de fatores de estresse: aspectos como deficiência hídrica e nutricional, além de fatores ambientais como doenças, temperaturas muito altas ou muito baixas e bandejas contaminadas devem ser evitados.
  • Boa estrutura arquitetônica.

 

Evitando situações de estresse na produção de mudas de tomate em ambiente protegido

Para evitar situações de estresse, algumas regras devem ser seguidas:

  • No ambiente protegido: o ambiente protegido propicia melhor controle do ambiente, maior precocidade das mudas, menor chance de contaminação por insetos e doenças, maior proporção de mudas obtidas a partir das sementes plantadas e melhor aproveitamento da área.
  • Assepsia do ambiente: uso de telas anti-insetos, antecâmeras e pedilúvios, diminuindo a incidência de pragas e doenças.
  • Seleção do recipiente e substrato ideal: o substrato e recipientes ideais propiciam melhor desenvolvimento da muda, além de facilitar o posterior transplantio.
  • Fertilização e irrigação adequadas: uma planta bem nutrida sempre irá ter melhor desenvolvimento e maior resistência a fatores de estresse. Porém, sempre evite os excessos.

 

Anderson Wolf Machado - Engenheiro Agrônomo

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