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Adubação de plantio em tomate estaqueado

Leia sobre a adubação de plantio no tomateiro.


Foto: Canva

O tomate é uma das hortaliças mais exigentes em nutrientes, e possui boa resposta a altas doses de adubos. A aplicação de fertilizantes ocorre em função da estimativa de produção da cultura, sistema de condição, cultivar, condições ambientais, manejo cultural, tipo de poda etc. Diversos trabalhos evidenciam que a extração de macronutrientes por tonelada varia muito, sendo de:

  • 2,1 a 3,8 kg de N
  • 0,3 a 0,7 kg de P
  • 4,4 a 7,0 kg de K
  • 1,2 a 3,2 kg de Ca
  • 0,3 a 1,1 kg de Mg

As marchas de absorção auxiliam bastante na recomendação de adubação, de forma que os fertilizantes podem ser aplicados nos momentos de maior necessidade de cada nutriente, evitando deficiências, consumo de luxo ou perda de fertilizantes. Porém, é importante entender que as novas cultivares de alta produtividade não possuem as mesmas necessidades nutricionais que antigamente, sendo necessário diversas pesquisas  para definir as marchas de absorção, de forma a otimizar a adubação de tomate. Cada cultivar / híbrido apresenta uma curva de absorção, sendo importante que as empresas informem a demanda de adubação de cada cultivar.

 

Adubação mineral de plantio para o tomateiro em cultivo tradicional

Ressaltamos que as informações abaixo não representam uma recomendação de adubação. A recomendação deve ser orientada por um profissional, avaliando a análise de solo, tipo de solo, sistema de condução, irrigação utilizada e potencial de produção.

Os cálculos de irrigação são feitos através de interpretações de análise de solo para P e K, classificando o teor dos nutrientes em "muito baixo", "baixo", "médio", "bom" e "muito bom". No caso do P, extraído por Mehlich-1, deve-se considerar também o teor de argila no solo, devido à sua forte relação com o P. Já no caso do N, a sua disponibilidade é avaliada indiretamente, através dos teores de matéria orgânica no solo.

 

Tabela 1. Classes de interpretação da disponibilidade para fósforo (de acordo com o teor de argila), nitrogênio (de acordo com o teor de matéria orgânica) e potássio no solo.
  Classificação
Característica Muito baixo Baixo Médio Bom Muito bom
  mg / dm³
Argila (%) Fósforo disponível (P)
60 - 100 < 2,8 2,8 - 5,4 5,5 - 8,0 8,1 - 12,0 > 12,0
35 - 60 < 4,1 4,1 - 8,0 8,1 - 12,0 12,1 - 18,0 > 18,0
15 - 35 < 6,7 6,7 - 12,0 12,1 - 20,0 20,1 - 30,0 > 30,0
0 - 15 < 10,1 10,1 - 20,0 20,1 - 30,0 30,1 - 45,0 > 45,0
  Nitrogênio (N)
Matéria orgânica (%) < 0,41 0,71 - 2,00 2,01 - 4,00 4,01 - 7,00 > 7,00
  Potássio (P)
mg / dm³ < 16 16 - 40 41 - 70 71 - 120 > 120

Fonte: Alvarenga et al., 2022.

 

Interpretado os valores de N, P e K, usa-se a tabela abaixo com a sugestão de adubação química de plantio para tomate estaqueado, em campo aberto no sistema de cultivo tradicional. 

 

Tabela 2. Sugestão de adubação de plantio, para tomate estaqueado, em campo aberto e sistema de cultivo tradicional.
Disponibilidade do nutriente Textura do solo    
Argilosa Média Arenosa    
P2O5 K2O N
Kg/ha
Baixa 1200 900 600 80 40
Média 1000 800 500 60 30
Alta 700 600 400 40 20
Muito alta 500 400 300 20 10

Fonte: Alvarenga et al., 2022.

 

Em solos com baixa fertilidade que possuem deficiência de magnésio, boro e zinco, podem ser feitas aplicações destes nutrientes no plantio, junto com os outros fertilizantes. Geralmente é aplicado cerca de 100 a 120 kg/ha de sulfato de magnésio, 15 a 20 kg/ha de bórax e 5 a 10 kg/ha de sulfato de zinco.

No plantio, os fertilizantes devem ser aplicados sobre o adubo orgânico no sulco previamente aberto, em uma profundidade de aproximadamente 20 cm. Os fertilizantes são incorporados e o sulco fechado, deixando-o abaulado para evitar encharcamento.

Na nossa seção sobre fertilizantes, você pode encontrar mais informações sobre os produtos que você pode usar no seu cultivo de tomate.

 

Anderson Wolf Machado - Engenheiro Agrônomo

 

Referências:

ALVARENGA, M. A. R.; LOPES, G.; GUILHERME, L. R. G. Nutrição Mineral. In: ALVARENGA, M. A. R. Tomate: Produção em campo, casa de vegetação e hidroponia. 3. ed. Lavras, MG: [s. n.], 2022. cap. 5, p. 111-181.

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