Qual bandeja utilizar na produção de mudas de tomate?

Diversas bandejas podem ser utilizadas para a produção de mudas. No caso do tomate, existem bandejas específicas para a cultura, que variam em tamanho e profundidade. Estas contêm entre 128 e 450 células, podendo ser feitas de plástico, que geralmente são pretas (absorvem mais calor, sendo recomendadas para o inverno) ou isopor, geralmente brancas (absorvem menos calor, sendo indicadas para o verão). As bandejas mais comuns são as com células piramidais / triangulares, apresentando 68 cm de comprimento, 34 cm de largura e 4,5 a 6 cm de altura.

Fatores como número de células, tempo para a formação de mudas, facilidade de manuseio das mudas, sanidade, tamanho da raiz / parte aérea e adaptabilidade às condições de transplante também irão afetar a escolha da bandeja. Vale destacar que, bandejas com muitas células tendem a ter pequenos volumes em cada célula, tendo pouco substrato e pouco espaço para a exploração das raízes, apresentando o risco de deficiência nutricional. Mudas desenvolvidas em células com maior volume de substrato terão maior vigor e precocidade, refletindo diretamente na produtividade.

É comum haver perfurações nas bandejas para drenar o excesso de água, mas também para realizar a poda da raiz. Na medida que as raízes entram em contato com o ar, proveniente do orifício, ela para de crescer e não sai para fora da bandeja. Esse processo proporciona um crescimento mais transversal do sistema radicular, aproveitando melhor o espaço da célula, e tendo maior aderência do torrão.

Bandejas de isopor

Conhecido também como isopor, essa bandeja possui as vantagens de ter um baixo custo, serem leves para o manuseio e transporte, e podem ser limpas e desinfetadas com facilidade. Possuem entre 72 a 288 células.

Bandejas de plástico

Essas bandejas são mais pesadas que o isopor, e possuem vazamentos em baixo, por onde pode entrar barro. Além disso, geralmente são pretas, absorvendo bastante calor no ambiente protegido. 

Desinfecção de bandejas

Para prevenir a presença de patógenos, é necessário desinfectar as bandejas antes da semeadura, independente do material que sejam feitas. A esterilização pode ser feita através de vapor ou de solução química:

• Esterilização a vapor: uso de vapor em 71ºC durante 30 minutos, porém, a técnica diminui a vida útil das bandejas;
• Esterilização química: imersão por 20 minutos em solução de amônia quaternária ou em hipoclorito de sódio (1 a 5 mil ppm), neste último caso, sendo necessário o enxágue após o processo.

Anderson Wolf Machado - Engenheiro Agrônomo