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Produção de tomate em ambiente protegido

O cultivo em ambiente protegido é feito através de diversas etapas, vamos ler sobre elas!



Foto: Divulgação

O tomateiro pode ser produzido a céu aberto (em campo) ou em ambiente protegido, sendo este último dividido em cultivo no solo, cultivo em substrato (semi-hidropônico), cultivo hidropônico e cultivo aeropônico.

O cultivo em ambiente protegido é feito através de diversas etapas, vamos ler sobre elas abaixo!

 

Estrutura para produção de tomate em ambiente protegido

As estruturas da casa de vegetação podem ser feitas com concreto, ferro galvanizado, alumínio ou madeira, podendo ser cobertas com vidro ou películas de polietileno transparente. Para decidir o material, deve-se avaliar o orçamento disponível, o nível tecnológico, a região, a altitude, a temperatura e umidade relativa do ar, luminosidade, velocidade e posição do vento etc.

A construção deve ter um pé-direito de pelo menos 4m para evitar as altas temperaturas que podem causar prejuízos ao tomateiro. Para locais mais frios, visando aumentar a temperatura dentro da casa de vegetação, pode-se usar as cortinas laterais, abrindo-as pela manhã e fechando-as pelas 15h.

 

Espaçamento ou densidade de plantio

O aumento da densidade de plantio aumenta a produtividade, mas a partir de determinado ponto, reduz o tamanho do fruto, além de reduzir a entrada de luz e ventilação, o que favorece o desenvolvimento de doenças. O espaçamento adequado para o tomateiro é aquele em que se maximiza a produção sem prejudicar o tamanho do fruto e manejo fitossanitário.

Como a produção em ambiente protegido exige um bom investimento nas estruturas, deve-se conseguir o maior potencial produtivo para que o negócio seja rentável, definindo uma densidade de plantio adequada. Assim, o número de hastes por planta depende do tipo de tomate:

  • Redondo / achatado: 2,2 a 2,8 hastes por m²
  • Saladete, penca ou coquetel: 2,5 a 3,0 hastes por m²
  • Mini tomates: 4,0 a 5,5 hastes por m²

O espaço entre as fileiras não deve ser menor do que 1,70m, e a altura do tutoramento é feita conforme a longevidade do ciclo de colheita. Para ciclo longo de colheita (20 pencas/haste), usar altura de 3,5m, mínimo de 2,80m. Já para ciclo curto (8 pencas/haste), usar altura de 2,2m.

 

Tutoramento

O tutoramento no tomateiro é feito com fitilhos e clips pendurados em um cabo de aço estendido em cima da fileira. Podem ser usados "MetalHook" ou "PlastHook".

 

Desbrota

A desbrota é a eliminação de brotos laterais que nascem nas axilas de cada folha. A prática é imprescindível para a produção de tomate para diminuir o número de frutos por planta. A diminuição de pencas por planta e número de frutos por planta resulta em aumento do peso médio dos frutos. A diminuição dos brotos resulta também em um melhor arejamento entre as plantas, o que reduz a incidência de doenças e favorece os tratos culturais. Geralmente o número de hastes por planta é de 2 a 4, dependendo da densidade que se busca.

Para selecionar as hastes de condução pode-se podar o broto terminal 5 dias após o transplantio da muda, quando já foram emitidas novas raízes e a planta pode estimular o desenvolvimento de brotos laterais. Tal método resulta em hastes vigorosas com pencas de melhor qualidade.

Após a seleção das hastes de condução, os demais brotos laterais são retirados pelo menos uma vez por semana até atingirem 5 cm de comprimento, sendo quebrados e retirados rente à axila (não sendo cortados com canivete ou com a unha para não infectar a planta). Isso traz equilíbrio na planta e aumento da longevidade, aumento da produtividade, além de melhorar a aeração e luminosidade, o que melhora o controle de pragas e doenças.

 

Polinização

Como não existem insetos polinizadores dentro da estufa, a polinização do tomateiro não ocorre de forma natural. Assim, pode-se fazer a vibração das flores, feita usando sopradores mecânicos, direcionando o vento para flores recém abertas, ou fazendo batidas manuais no arame que sustenta a condução das plantas, evitando bater no ponteiro das plantas ou nas flores. A operação deve ser feita diariamente, ou pelo menos 3x por semana. O uso de sopradores pode disseminar algumas doenças, como o oídio por exemplo. As condições ótimas para a polinização são 22ºC a 28ºC e umidade relativa acima de 70%. Deve-se polinizar apenas os cachos com flores abertas.

 

Poda das folhas

A poda das folhas promove equilíbrio da planta e maior uniformidade dos frutos, o que melhora o rendimento da colheita. São podadas as folhas mais velhas em sua base, com um movimento de cima para baixo, rente ao caule. Para a cicatrização ser rápida, não se deve deixar nenhum toco. Caso seja feita com uma tesoura, esta deve ser desinfectada, assim como as mãos do operador, pelo menos uma vez por linha de plantio. Deixa-se 9 a 18 folhas por haste (deixando mais no verão), realizando a operação semanalmente, retirando-se em média três folhas por semana. Se houver pragas e doenças, deixar menos folhas.

 

Raleio dos frutos

Alguns frutos são retirados da planta para promover o crescimento dos que ficam, de forma a atingir tamanho comercial do tomate "in natura". Além disso, a prática remove frutos fora do padrão comercial ou danificados por pragas e doenças, e direciona fotoassimilados para os órgãos remanescentes, promovendo o crescimento vegetativo. Os frutos são retirados no estádio de flores ou de frutos pequenos.

No caso de cultivares comercializadas em penca, deixa-se aproximadamente 6 a 8 frutos por penca, eliminando os frutos menores. Já para as cultivares Salada, deixa-se 4 a 5 frutos, e 3 a 4 frutos nas pencas superiores.

 

Anderson Wolf Machado - Engenheiro Agrônomo

 

Referências:

ALVARENGA, M. A. R.; PINTO, H. J. Sistemas de produção em ambiente protegido. In: ALVARENGA, M. A. R. Tomate: Produção em campo, casa de vegetação e hidroponia. 3. ed. Lavras, MG: [s. n.], 2022. cap. 9, p. 269-282.

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FONTES, P. C. R.; RIBEIRO, J. M. O.; SILVA, G. H. Método DFT para produção de tomate em ambiente protegido. Ciência e Agrotecnologia, v. 31, n. 3, p. 713-719, 2007.

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MARIM, B. G.; SILVA, D. J. H.; GUIMARÃES, M. A.; BELFORT, G. Sistemas de tutoramento e condução do tomateiro visando produção de frutos para consumo in natura. Horticultura Brasileira, v. 23, p. 951-955, 2005.

REIS, L. S. et al.. Índice de área foliar e produtividade do tomate sob condições de ambiente protegido. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 17, n. 4, p. 386–391, abr. 2013.

RESENDE, L. V.; GONÇALVEZ, W. M. Cultivo de hortaliças em estufa: quando plantar. UFLA, Circular Ano V, n. 69, 16 p. 1996.

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