Como controlar o oídio no tomateiro?
Leia sobre o controle do oídio no tomateiro.
O oídio, conhecido também como "cinza", apesar de não ser uma das doenças mais destrutivas, vem ganhando importância devido ao aumento do cultivo protegido de tomate, onde a temperatura geralmente é mais alta, ou em campo irrigado por gotejamento, pois as folhas não são lavadas pela água.
O fungo cresce na superfície dos órgãos da planta (folhas, ramos e raramente frutos), emitindo estruturas para dentro da planta, roubando os nutrientes. Ocorre redução da área fotossintética, aumento da respiração, mas o fungo não mata o tecido vegetal de imediato, pois necessita da planta viva para sobreviver.
O fungo forma uma eflorescência esbranquiçada, acinzentada ou amarelada (a depender da espécie do fungo e idade da infecção), que pode cobrir todo o órgão afetado. O ataque resulta em crescimento reduzido da planta, senescência prematura das folhas e necrose dos órgãos afetados.
O oídio é causado por diferentes espécies de fungos, causando diferentes sintomas sendo dividido em oídio amarelado e oídio cinza:
- Oídio amarelado ou da face inferior da folha: causado pelo fungo Oidiopsis haplophylli, forma uma massa pulverulenta, na face abaxial, que não se observa tão fácil. Surgem manchas amareladas nas folhas, que podem evoluir para uma necrose a partir do centro das lesões. As estruturas do fungo são encontradas principalmente nas folhas mais velhas. Em ataques intensos, toda a folha pode secar. Essa espécie é bastante polífaga, atacando mais de duzentas espécies de plantas;
Oídio abaxial do tomateiro, causado por Oidiopsis haplophylli: A) Sintomas de clorose e necrose sobre as folhas e B) detalhes dos sintomas em um folíolo (Imagem: Ailton Reis / Embrapa).
- Oídio cinza ou da face superior da folha: é causado pelas espécies Oidium lycopersici e Oidium neolycopersici. Os sintomas se caracterizam pela presença de pó fino branco / cinza esbranquiçado, que ocorre na face superior das folhas baixeiras.
Oídio adaxial do tomateiro, causado por Oidium neolycopersici: A) sintomas em folhas e B) detalhe de crescimento branco pulverulento sobre o folíolo (Imagem: Ailton Reis / Embrapa).
Esses fungos são favorecidos por baixa umidade relativa e ausência de chuvas, e a presença de água na superfície das folhas desfavorece a infecção.
Os conídios são dispersados pelo vento, e germinam melhor em umidade relativa entre 52 e 75%, com a temperatura do ar em aproximadamente 26ºC. Já temperaturas acima de 30ºC favorecem os sintomas da doença, acelerando o amarelecimento e necrose.
Controle do oídio no tomateiro
Não existem cultivares de tomate resistentes às duas formas de oídio. De forma geral, para o controle da doença:
- Evitar cultivos (principalmente sob proteção de plástico) próximos de plantas de tomate, pimentão ou outras plantas hospedeiras atacadas pela doença. Caso não seja possível, utilizar barreiras físicas;
- Aplicar enxofre assim que surgirem os primeiros sintomas. Em caso de epidemias mais severas, aplicar fungicidas sistêmicos específicos;
- Em cultivo protegido, a nebulização e arejamento contribuem para a diminuição da doença.
Anderson Wolf Machado - Engenheiro Agrônomo
Referências:
PALTI, J. The Leveillula mildews. The Botanical Review, v. 54, p. 423-535, 1988
REIS, A.; BOITEUX, L. S.; FONSECA, M. E. N. Registro de Oidium neolycopersici como agente causal do oídio adaxial do tomateiro no Brasil. Tropical Plant Pathology, Brasília, DF, v. 34, p. S179, 2009. Resumo.