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Como controlar a mancha-de-estenfílio (Stemphylium) no tomateiro?

Leia sobre o controle da mancha-de-estenfílio (Stemphylium) no tomateiro.


Foto: Seane Lennon

A mancha de estenfílio era considerada uma doença secundária no tomate, porém, atualmente é uma das doenças mais importantes em cultivos estaqueados, principalmente quando ocorrem condições favoráveis à doença. Acredita-se que a doença atingiu tal patamar devido à suscetibilidade de cultivares "longa-vida", que ocupa grandes áreas de plantio em diversas regiões do país.

A doença é causada pelas espécies Stemphylium solani e Stemphylium lycopersici, sendo a S. solani mais comum, provavelmente por conseguir se alimentar de um número maior de espécies de plantas do que o S. lycopersici. Causa danos à cultura em qualquer estádio de desenvolvimento, e em condições ideais, causa a destruição das folhas.

Dentre as plantas que as duas espécies de fungos podem atacar, estão tomate, jiló, pimentão, pimentas, berinjela, algodão, alho, tremoço-azul, joá-de-capote, joá-bravo etc. Além disso, as espécies de Stemphylium spp. podem crescer e esporular em folhas mortas sobre solos úmidos.

A disseminação do fungo a longa distância ocorre por mudas provenientes de sementeiras contaminadas ou sementes infectadas, e no campo, o vento é o principal agente disseminador da doença. No campo, a temperatura e umidade são os fatores ambientais mais importantes. A temperatura ótima para o desenvolvimento do fungo é de 25 a 28ºC, e a umidade relativa maior do que 80%. A germinação de estruturas do fungo ocorre rapidamente quando existe água livre na superfície da folha.

 

Sintomas da mancha-de-estenfílio

Os sintomas geralmente surgem apenas nas folhas, principalmente nas folhas mais novas de plantas adultas. Porém, em condições favoráveis, as lesões podem aparecer em pecíolos e pedúnculos florais, não ocorrendo nos frutos. As lesões foliares são pequenas, marrom-escuras,encharcadas, com formato irregular e visíveis na parte de baixo das folhas. Conforme a doença avança, as manchas aumentam de tamanho, podendo coalescer e a sua parte central se desprender do resto do tecido foliar, deixando um aspecto rasgado / furado na região da lesão. As folhas podem adquirir coloração amarelada, com necroses e cair da planta. Os prejuízos da doença ocorrem pela redução da área foliar e do potencial produtivo.

 

Controle da mancha-de-estenfílio (Stemphylium) no tomateiro

A forma mais eficiente de controlar a mancha-de-estenfílio no tomateiro é usando variedades e híbridos resistentes à doença. Pode-se realizar também o controle químico utilizando vários fungicidas como clorotalonil, mancozebe, tebuconazole etc. Abaixo citamos outras formas de controle da doença:

  • Uso de quebra-ventos ao redor da plantação, utilizando culturas não hospedeiras do fungo;
  • Evitar plantio em baixadas, onde a umidade é maior, o que favorece o fungo;
  • Evitar plantios próximos a lavouras velhas;
  • Utilizar sementes / mudas sadias e certificadas;
  • Evitar irrigação excessiva, e evitar a irrigação por aspersão;
  • Plantar com espaçamento adequado, possibilitando boa aeração entre as plantas, de modo a evitar a umidade, pois esta favorece o desenvolvimento da doença;
  • Realizar a rotação de culturas com espécies não hospedeiras do fungo;
  • Eliminar os restos de cultura, plantas solanáceas voluntárias e plantas daninhas.

 

Anderson Wolf Machado - Engenheiro Agrônomo

 

Referências:

DOMINGUES, D. P. Etiologia e controle da mancha-de-estenfílio do tomateiro (Solanum lycopersicum L.) no Estado do Rio de Janeiro. 2012. 81 f. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) - Instituto de Agronomia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, 2012.

JONES, J.P. Gray leaf spot. In: JONES, J.B.; JONES, J.P.; STALL, R.E.; ZITTER, T.A. Compendium of tomato diseases. Saint Paul: APS, p.15-16, 1991.

LOPES, C.A.; REIS, A.; BOITEUX, L.S. Doenças fúngicas. In: LOPES, C.A.; ÁVILA, A.C. Doenças do tomateiro. Brasília, DF: Embrapa Hortaliças, p.19-51, 2005.

REIS, A. & BOITEUX, L. S. Mancha-de-estenfílio: ressurgimento de um antigo problema do tomateiro. Brasília: Embrapa Hortaliças. Circular Técnica 41, 2006, 8p.

ZAMBOLIM, L.; VALE, F.X.R.; COSTA, H. Controle de Doenças de Plantas Hortaliças: Vicosa, v.2, 2000, 708p.

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