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O que fazer na falta de fertilizantes?

Guerra na Ucrânia retirou do mercado grande parte da oferta mundial do insumo: E AGORA?



Foto: Canva

O professor Doutor Marcos Fava Neves, especialista em planejamento estratégico do agronegócio, elencou o que será necessário o Brasil fazer para “driblar” a falta de fertilizantes no mercado. De acordo com o “Doutor Agro”, são necessárias oito ações estratégicas de curto, médio e longo prazo, confira:

COMPRAR DA RÚSSIA/BELARUS: Rússia e Belarus tem embargos, mas precisarão continuar vendendo, representando uma janela de oportunidades, caso se consiga tirar o produto de lá. Fertilizantes de Belarus podem sair por portos Russos, via trens. Um porto próximo a Leningrado seria adaptado para movimentar fertilizantes bielorrussos. Originar na Rússia, portos que estejam funcionando. Fertilizantes são bens essenciais e as commodities estão com preços elevados e podemos ter questões de aumento da fome.

FORNECEDORES ALTERNATIVOS (OUTROS PARCEIROS COMERCIAIS): para a safra de verão serão necessários 10 milhões de t de KCl – cloreto de potássio. Destas 3 milhões viriam da Rússia. Alternativa é o Canadá. Canadá é o maior produtor mundial de potássio. A Nutrien vê chances de aumentar a produção caso os problemas continuem. O preço está no maior número em 13 anos, ao redor de USD 650/t. Irã também é alternativa. Tunísia investe via a estatal Gafsa Fosfato. Em 2021 produziu 3,8 milhões de t (fosforitos) deve chegar a 5 milhões em 2022 e 8 milhões em 2024. Argélia também investindo.

PREÇOS INCENTIVARÃO O AUMENTO DA OFERTA NO MÉDIO PRAZO: Em isto acontecendo, a oferta deve passar a demanda e derrubar os preços. 

INVESTIMENTOS NO BRASIL: Verde Agritech – acelerar produção de fertilizantes potássicos em MG (São Gotardo) de 1,2 milhão de t/ano no terceiro trimestre deste ano para 3 milhões de t/ano, entre outros, sendo anunciados.

USO DE PRODUTOS ALTERNATIVOS: biológicos, biofertilizantes e outros receberão grande impulso. 

INVESTIMENTOS EM P&D: startups e nanotecnologia para mais adubação foliar entre outras tecnologias receberão grande impulso.

EFICIÊNCIA NO USO E APLICAÇÃO (TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO): Embrapa lança caravana técnica (FertBrasil) para ajudar a economizar US$ 1 bilhão em fertilizantes, com objetivo de aumentar de 60% para 70% a eficiência na forma de usar os fertilizantes. Fortalecer a prática de análise de solo, treinamento para produtores, cooperativas e associações. Outra frente é na busca de alternativas para reduzir em 25% as importações até 2030. São cinco dimensões: biofertilizantes (bactérias, fungos e outras alternativas), organominerais (combinação de fertilizante mineral com fontes orgânicas/esterco), fertilizantes nanoestruturados (liberação mais lenta e controlada dos nutrientes), agricultura de precisão (redução de desperdícios, aplicar apenas onde precisa) e condicionadores de solo com pó de rocha.

PLANO ESTRATÉGICO: – baseado em alguns grandes pilares: aumento da capacidade interna (o plano do Governo é o de reduzir a dependência de quase 85% para cerca de 60% em 30 anos, divididos em quatro principais tipos: os nitrogenados, os de fósforo, os potássicos, e os chamados de “cadeias emergentes” onde entrariam os biológicos, analisar as capacidades em países vizinhos e diversificar os países fornecedores mundiais. Potássio tem grandes reservas na Amazônia. Projetos na área de logística, licenciamento ambiental, arquitetura de investimentos, estímulos tributários. Aproveitar para foco e agilidade.

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