Antes de qualquer investimento em irrigação deve-se determinar a necessidade de irrigar. Muitos agricultores, motivados pelo modismo, ou impulsionados pela pressão comercial e facilidade de crédito, adquirem sistemas de irrigação, sem mesmo verificar se a cultura a ser irrigada necessita ou responde à irrigação, ou se a fonte de água de que dispõem é suficiente para atender à necessidade hídrica da cultura.
Não existe um sistema de irrigação ideal, capaz de atender satisfatoriamente todas essas condições e interesses envolvidos, o que determina a necessidade de selecionar o sistema de irrigação mais adequado para uma determinada condição e visando atingir os objetivos desejados. O manejo de irrigação da cultura nada mais é do que estabelecer quando e quanto aplicar de lâmina de água.
As fases mais críticas de demanda de água são na germinação-emergência e floração-enchimento dos grãos. Na germinação, tanto o déficit como o excesso de água (a umidade do solo deve estar entre 50% e 85% da água disponível) são prejudiciais á uma boa uniformidade na emergência de plantas. A planta atinge o máximo de exigência hídrica na floração e enchimento dos grãos (7 a 8 mm dia-¹). O estresse hídrico neste período pode ocasionar problemas fisiológicos graves que ocasionam queda prematura de folhas e conseqüente redução de produtividade.
A necessidade de água durante todo o ciclo para um rendimento máximo varia de 450 a 800 mm, dependendo do clima, manejo da cultura e da variedade empregada.
No manejo da irrigação via solo é importante conhecer a profundidade do sistema radicular para definir a camada de solo a ser considerada. As raízes funcionais chegam a profundidades que variam de 10 a 15 cm.
José Luis da Silva Nunes.
Eng. Agrº, Dr. em Fitotecnia.