A soja voltou a subir, em Chicago, nesta semana. O bushel, para o primeiro mês cotado, subiu especialmente no dia 07, quinta-feira, quando fechou em US$ 10,15, contra US$ 9,82 uma semana antes. Este aumento específico foi puxado pelo óleo de soja, que avançou 7% na semana. A média de outubro ficou em US$ 10,02, representando um recuo de 1,2% sobre setembro.
Em outubro do ano passado a média havia sido de US$ 12,84/bushel. Vale lembrar que o mercado trabalhou sob pressão das eleições presidenciais estadunidenses, ocorridas em 05/11, e na expectativa de mais um relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para ser divulgado no dia 08/11, o qual iremos comentar em detalhes no próximo boletim. Quanto as eleições, a vitória de Trump tem um viés baixista para as cotações da soja na medida em que o mesmo ameaça adotar medidas protecionistas contra a China.
Esse fato tende a provocar represálias chinesas, dentre as quais a redução das importações de soja provenientes dos EUA. Isso já ocorreu, quando do primeiro mandato de Trump, entre 2017 e 2020. Todavia, por enquanto, o mercado está altista. Afinal, Trump só vai assumir seu novo mandato em 20 de janeiro próximo. Por outro lado, a colheita da soja, nos EUA, atingia a 94% da área no dia 03/11, contra 85% na média histórica. No Paraguai, analistas privados esperam uma safra total de 10,5 milhões de toneladas, contra uma expectativa do USDA que supera as 11 milhões de toneladas. Por enquanto, os paraguaios já venderam, de forma antecipada, 12% de sua nova safra 2024/25.
E no Brasil, com um câmbio que chegou a bater em R$ 5,90 logo após a vitória de Trump, os preços subiram mais um pouco. Entretanto, já no final da quarta-feira, diante do aumento da Selic em mais 0,5 ponto percentual, passando para 11,25% ao ano e das indicações de aprovação de medidas para conter os gastos públicos ainda nesta semana, o câmbio recuou para R$ 5,67. Isso deverá trazer os preços da soja para níveis um pouco mais baixos nos próximos dias, caso o câmbio se mantenha na trajetória descendente. Assim, a média gaúcha fechou a semana em R$ 129,23/saco, enquanto as principais praças trabalharam entre R$ 127,00 e R$ 130,00/saco.
Nas demais regiões do país, os preços oscilaram entre R$ 122,50 e R$ 142,00/saco. Dito isso, para o Brasil, as expectativas para a nova safra são de um volume entre 166 e 172 milhões de toneladas, dependendo do clima que o país terá. O retorno das chuvas nas principais regiões produtoras faz avançar o plantio, enquanto há preocupações quanto a falta de chuva em algumas regiões do Rio Grande do Sul. Pelo sim ou pelo não, em se confirmando uma safra de 166 milhões de toneladas, por exemplo, a tendência é o Brasil fechar o novo ano com um estoque final recorde acima de 5 milhões de toneladas.
Em termos de plantio, até o dia 31/10 o mesmo havia chegado a 54% da área esperada, sendo que o ritmo é o segundo mais alto da história para esta época do ano, sendo superado apenas pelo ano de 2018/19 quando o mesmo atingia a 60% naquela data. Especificamente no Mato Grosso, o plantio chegava a 80% da área esperada no dia 01/11, contra 83,3% no ano passado e 79,1% na média histórica. Ou seja, o mesmo praticamente recuperou o atraso inicial. No Rio Grande do Sul, o plantio da soja atingia a 10% da área em 31/10, contra a média de 16% na data.
E no Paraná o mesmo chegava a 85% da área no dia 04/11, sendo que 4% já se encontrava em floração. No ano passado este plantio atingia a 73%. O Paraná espera colher 22,4 milhões de toneladas de soja neste novo ano comercial. Enfim, espera-se um recuo nas exportações brasileiras de soja em novembro. Até outubro o país exportou 93,5 milhões de toneladas, superando em 600.000 toneladas o exportado em igual período do ano passado. A projeção para novembro é de vendas em 2,45 milhões de toneladas, com recuo de 45% em relação a outubro e 47% em relação a novembro de 2023. Isso deverá ocorrer em função da entrada dos EUA com mais força no mercado, após colher uma safra recorde superior a 124 milhões de toneladas.