Fenômeno do 'vazio forrageiro' preocupa pecuaristas
Atraso na semeadura das forrageiras de inverno agrava ainda mais a situação
O período de transição entre as estações tem trazido desafios para os pecuaristas, principalmente devido à baixa produção de forragem verde, fenômeno conhecido como "vazio forrageiro". Segundo o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, divulgado nesta quinta-feira (18/04), a demora na semeadura das forrageiras de inverno tem contribuído para agravar essa situação, resultado do atraso na colheita da soja e das condições de umidade elevada no solo.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, o desenvolvimento das pastagens de aveia tem sido afetado pela sequência de dias chuvosos, que limita o crescimento e dificulta a aplicação de fertilizantes nitrogenados. Em contrapartida, em Caxias do Sul, as temperaturas amenas e a boa insolação têm promovido o desenvolvimento adequado das forrageiras, amenizando o vazio forrageiro do outono.
Em Erechim, apesar do desenvolvimento favorável das pastagens, a oferta está diminuindo à medida que se encerra o ciclo de diversas forrageiras. Em outras regiões, como em Ijuí e Passo Fundo, as intensas chuvas recentes têm causado erosão em algumas áreas de pastagens, exigindo medidas de controle e recuperação, enquanto em Pelotas e Pedras Altas, a implantação de pastagens segue, apesar de atrasos causados por reparos necessários após temporais.
Nas áreas mais ao norte, como em Porto Alegre e Santa Maria, as recentes precipitações beneficiaram a implantação das pastagens de inverno e estimularam o desenvolvimento das áreas já estabelecidas. Em Santa Rosa, a abundância de forragem tem levado muitos produtores a realizar cortes para feno em áreas de tífton, enquanto em Soledade, apesar da desaceleração no crescimento das pastagens anuais e perenes de verão, os pecuaristas estão investindo no plantio de espécies forrageiras de inverno, como aveia preta e azevém.