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Frigoríficos exportadores retomam compra e abate de bovinos


Os frigoríficos brasileiros que exportam para a Europa interromperam as atividades por apenas um dia, pois logo no sábado (19-07) voltaram a comprar e abater bovinos. O anúncio foi feito pelo secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Mação Tadano, que na quinta-feira havia advertido as indústrias que poderia suspender a emissão de certificados sanitários.

Segundo Tadano, o presidente da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carnes (Abiec), Edivar Vilela de Queiroz, comunicou na sexta-feira pela manhã o fim da paralisação das atividades, que também foi confirmado pelo representante dos frigoríficos Friboi, Bertin e Independência, Antônio Russo. Os mais de 30 frigoríficos que paralisaram suas atividades protestavam contra as novas regras de rastreabilidade.

Desde o dia 15, somente pode ser exportada para a União Européia a carne de animais inscritos há pelo menos 40 dias no Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov). Os frigoríficos alegaram a falta de animais nessas condições. Produtores e técnicos do ministério, no entanto, declararam acreditar que a suspensão seria uma manobra para forçar a queda do preço do boi gordo na entressafra. Na base nacional do Sisbov constam atualmente mais de 6 milhões de animais.

Tadano informou que o secretário-executivo do ministério, José Amauri Dimarzio, pediu a intervenção da Abiec no convencimento dos proprietários dos frigoríficos a retomar os abates. Um diálogo entre os empresários do setor em relação às conseqüências que a medida teria para o país foi o motivo do fim do protesto.

"O episódio foi um aprendizado para toda a cadeia produtiva. Para o criador, para o exportador, para o dono do frigorífico e até para o consumidor, que poderia ser prejudicado com um eventual desabastecimento", ressaltou. Tadano informou também que, nos contatos telefônicos mantidos ontem com Queiroz, este argumentou que houve erro na interpretação das informações.

"Atribuo isso a um desencontro de informações, um problema de mau entendimento em relação ao assunto por parte dos frigoríficos. Mas está retomada a compra de gado pelos frigoríficos de todo o país", afirmou o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. O secretário de Defesa Agrpecuária garantiu que o ministério não pretende punir os frigoríficos pela suspensão. Se o problema voltar a ocorrer, no entanto, o governo poderá pedir à Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça a abertura de um processo administrativo por formação de cartel. As medidas incluiriam também a interrupção da emissão dos certificados sanitários e até a suspensão do registro das empresas.

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