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Proibição do glifosato ameaça sustentabilidade

A proibição do glifosato pode prejudicar o sistema de plantio direto


Essa preocupação foi levantada pela Aprosoja-MT Essa preocupação foi levantada pela Aprosoja-MT - Foto: Leonardo Gottems

A proibição do glifosato nas culturas de milho, soja e algodão no Brasil pode diminuir significativamente a produtividade agrícola, segundo a Associação dos Produtores de soja e milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), causando um prejuízo de mais de R$ 428 bilhões em 10 anos, além de um impacto de R$ 1,5 trilhão e a perda de mais de 2,8 milhões de empregos. 

Essa preocupação foi levantada pela Aprosoja-MT, com dados da LCA Consultoria, em uma ação judicial que inicialmente foi negada, mas está sendo revista no Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região. A ação baseia-se em um parecer da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) que aponta riscos à saúde e ao meio ambiente, embora não haja provas concretas dessas alegações.

No fim de maio, o relator do processo, desembargador João Carlos, votou a favor da proibição do herbicida glifosato. “O Autor/Recorrente argumenta que há altos indícios de trabalhadores contaminados pelo glifosato, entretanto, não aponta sequer um trabalhador atingido, tampouco qualquer transgressão as normas trabalhistas nos autos. Além disso, suas testemunhas demonstraram que sequer compreendem a dinâmica de aplicação e uso do produto”, afirma.

A proibição do glifosato pode prejudicar o sistema de plantio direto, levando os produtores a adotar métodos menos sustentáveis. Isso faria do Brasil o primeiro país a proibir totalmente o glifosato, resultando em menos uso do plantio direto e mais preparo do solo, com impactos ambientais negativos. A queda na produtividade da soja em 15,4% e na rentabilidade em 11,8 pontos percentuais, conforme a LCA Consultoria, e o alerta do Ministério da Agricultura e do Mapa sobre o retorno aos níveis de produtividade dos anos 1980, afetariam a economia de Mato Grosso e do Brasil.

A Anvisa concluiu que o glifosato não apresenta riscos mutagênicos, teratogênicos, carcinogênicos ou de desregulação hormonal, e não é tóxico para a reprodução. A EFSA também autorizou seu uso por mais 10 anos na Europa após uma extensa avaliação de estudos e consultas a especialistas.
 

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