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Tomate - aspectos físicos da planta

Leia sobre diversos aspectos físicos do tomateiro.


Foto: Divulgação

O tomateiro é originado da região andina, onde se encontram países como o Equador, Colombia, Peru, Bolívia e a parte norte do Chile. No México, muito antes da chegada dos europeus à América, os astecas já consumiam o tomate, que na época era muito menor e bastante perecível. A partir dessa região, acredita-se que os navegadores europeus levaram as sementes da cultura para a Europa, e posteriormente para as colônias, difundindo a planta de tomate.

Por algum tempo a Europa associou o tomate à mandrágora, outro fruto da família Solanacea, que é extremamente venenoso. Porém, no tomate, o alcalóide tomatina está presente apenas nas folhas e frutos verdes, ficando inerte em frutos maduros. Durante algum tempo o tomate foi usado apenas para fins ornamentais, até que pouco antes do século XVII, o seu consumo passou a ser difundido na Europa.

 

Anatomia do tomate

O tomate é uma planta arbustiva, que pode se desenvolver de forma ereta, semiereta ou rasteira. É uma planta perene, porém, que é cultivada como anual. Seu crescimento pode ser determinado (limitado) ou indeterminado (ilimitado), podendo, nesse último caso, atingir até 10 metros em um ano.

  • Raízes: as raízes do tomate são formadas por raiz principal (que pode alcançar até 1,5 metros), raízes secundárias e raízes adventícias. Quando existe alguma interrupção para o desenvolvimento da raiz principal, como uma barreira física no solo, as raízes secundárias aumentam o seu desenvolvimento, se ramificando mais. A maioria das raízes se encontram em menos de 20 cm de profundidade.
  • Caule: no início do desenvolvimento, o caule do tomateiro é herbáceo, ereto e suculento, coberto por pelos que saem da epiderme.
  • Parte aérea: na haste principal da planta, formam-se 6 a 12 folhas. A partir da inflorescência, para cada 3 folhas, surge uma haste floral, e nas axilas das folhas surgem gemas que originarão hastes secundárias.
  • Folhas: as folhas do tomate são compostas, alternadas, pilosas (com pelos), pinadas, com margens dentadas e com um grande folíolo terminal. Possuem geralmente de 6 a 8 folíolos laterais que podem ser compostos ou não.
  • Flores: a flor do tomate é regular é hipógina (perianto e androceu inseridos abaixo do ovário), com 5 ou mais sépalas e 5 ou mais pétalas em forma helicoidal, 5 ou 6 estames e ovário bi ou plurilocular. A inflorescência é do tipo rácimo, com flores hermafroditas pequenas e amarelas.
  • Frutos: o fruto de tomate pode demorar de 7 a 9 semanas para se formar, se constituindo em uma baga, suculenta, carnosa, com 2, 3 ou mais lóculos, podendo pesar entre 5 e 500 gramas, conforme a cultivar e o desenvolvimento (o tamanho do fruto é relacionado com o número de lóculos e de sementes). O fruto de tomate é climatérico, ou seja, a sua respiração continua após a colheita, fazendo com que o fruto seja mais perecível.
  • Sementes: as sementes possuem forma de rins (assim como o feijão), pequenas e com pêlos minusculos amarronzados. Cada fruto possui de 50 a 200 sementes, e o peso delas é de aproximadamente 300 sementes para cada grama.

 

Crescimento determinado e crescimento indeterminado do tomateiro

O tomate pode apresentar dois hábitos de crescimento, o determinado e o indeterminado:

  • Crescimento determinado: neste crescimento, o tomateiro não possui dominância apical. Cada haste ou ramificação possui um ramo floral apical, que limita o desenvolvimento vegetativo. O porte da planta é menor e mais arbustivo.
  • Crescimento indeterminado: o caule/ramo principal cresce mais que as ramificações laterais, apresentando dominância apical, ao contrário do crescimento determinado. A planta vai produzindo folhas até surgir o primeiro cacho, e a partir desse momento, a planta se organiza de forma simpodial: a cada 3 folhas, um cacho. Essas 3 folhas acumulam o carbono e enviam para o cacho.

É muito importante identificar esses hábitos de crescimento, pois eles influenciam diretamente o manejo, mecanização e impactam o teor de Sólidos Solúveis Totais (os SST são maiores em cultivares com crescimento indeterminado, sendo cerca de 32% superior).

 

Valor nutricional do tomate

Quanto à composição, o tomate é valorizado pelas substâncias antioxidantes (licopeno, carotenoides, xantofilas etc.) e pelo seu valor nutricional, sendo rico em vitaminca C e cálcio, além de apresentar baixo teor de calorias.

Na tabela abaixo você pode conferir a composição de 100 gramas de tomate maduro:

Tabela 1. Composição nutricional de 100 gramas de tomate maduro.
Água 93 a 97 g
Matéria seca 5 a 7 g
Sólidos solúveis (ºBrix) 3,5 a 10,0 (4,5) g
Fibras 0,5 a 0,6 g
Calorias 18 a 20
Proteína 0,68 a 1,1 g
Gordura 0,13 a 0,30 g
pH 4,2 a 4,7
Potássio 25 a 190 mg
Cálcio 6,02 a 34 mg
Fósforo 17,37 a 43 mg
Enxofre 6,72 a 10,28 mg
Magnésio 7,06 a 8,53 mg
Sódio 1,09 a 2,08 mg
Cobre 0,05 a 0,33 mg
Ferro 0,29 a 0,44 mg
Boro 0,06 a 0,13 mg
Zinco 0,12 a 0,19 mg
Manganês 0,06 a 0,17
Vitamina A (â caroteno) 900 a 1.271 U.I
Vitamina B1 (tiamina) 0,05 a 0,08 mg
Vitamina B2 (riboflavina) 0,03 a 0,05 mg
Vitamina B5 (niacina) 0,5 a 0,9 mg
Vitamina C 18 a 40 mg

 

Fique ligado! Nesta nova seção sobre o tomate, traremos notícias e conteúdos sobre a cultura, publicados periodicamente no nosso portal!

 

Referências:

ALVARENGA, Marco A. R. Tomate: Produção em campo, casa de vegetação e hidroponia. 3. ed. rev. e aum. Lavras, MG: [s. n.], 2022.

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