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Como controlar a brusone no trigo?

Leia sobre a brusone no trigo e o seu controle.


Foto: Agrolink

A brusone é causada pelo fungo Magnaporthe oryzae, cujo estádio anamorfo é o Pyricularia oryzae, e ataca diversas gramíneas e tem o arroz como seu principal hospedeiro, mas também causa doenças no trigo. Os maiores danos na cultura ocorrem no Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo, Goiás e norte do Paraná. O fungo possui grande capacidade de esporulação, podendo produzir de 2.000 a 6.000 esporos em duas semanas, e estes podem ser disseminados por até 1 km de distância.

A intensidade da doença é relacionada às condições climáticas: períodos prolongados de chuva durante o espigamento e temperaturas próximas a 25ºC favorecem o desenvolvimento do fungo. É necessário pelo menos 10 horas de molhamento para que ocorra a inoculação na espiga.

 

Sintomas da brusone no trigo

Quando esta doença ataca o trigo, o sintoma mais comum ocorre nas espigas, com o branqueamento completo desta estrutura a partir do ponto de penetração do fungo na ráquis. Neste ponto, a translocação de água e nutrientes na espiga é interrompido, causando a desidratação da estrutura e impedindo o enchimento dos grãos, que ficam mal-formados com diferentes graus de chochamento.

Nas glumas, bainhas e colmos ocorrem lesões ovaladas com os bordos castanhos e centro claro. Nas folhas, as lesões possuem o formato de elipse, com o centro variando de marrom-claro a branco, e margens com coloração marrom-escura. Estas lesões, em condições favoráveis, irão formar esporos do fungo. Porém, raramente esse sintoma acontece nas folhas em lavouras de trigo.


Sintoma de brusone na folha.

 

Como controlar a brusone no trigo?

O controle da brusone do trigo requer um manejo integrado, usando práticas como o uso de variedades com maior nível de resistência a doenças, uso de sementes sadias, tratamento de sementes, escolha da melhor época de plantio para evitar condições climáticas favoráveis ao fungo durante o espigamento do trigo, rotação de culturas, eliminação de hospedeiros alternativos do patógeno e controle químico na parte aérea das plantas.

Vale observar que o fungo M. oryzae possui uma grande faixa de hospedeiros, o que dificulta bastante o seu controle com métodos como rotação de culturas. Além disso, os fungicidas aplicados em parte aérea possuem um desempenho bastante inconsistente para esse fungo, apresentando baixa efetividade principalmente em condições climáticas favoráveis à doença.

 

Anderson Wolf Machado - Engenheiro Agrônomo

 

Referências:

BORÉM, A.; SCHEEREN, P. L. Trigo: do Plantio à Colheita. [S. l.]: Universidade Federal de Viçosa, 2015.

PIRES, J. L. F.; VARGAS, L.; CUNHA, G. R. da. Trigo no Brasil: bases para produção competitiva e sustentável. [S. l.: s. n.], 2011.

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