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Três temporadas de baixas na produção de laranja

Para a colheita na safra 2023/24, a projeção inicial da produção está estimada em 309,34 milhões


Foto: Pixabay

Por Luiz Antonio Pinazza 

Engenheiro Agrônomo - agronegócio e sustentabilidade

Colaboração Aline Merladete

As previsões da produção de laranja são elaboradas pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), através levantamentos feitos no cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro, principal região produtora do produto no mundo. Os resultados da estimativa são divulgados todo mês de maio, com reestimativas em setembro, dezembro, fevereiro e fechamento em abril, quando é apresentado o tamanho do fruto e a taxa de queda da safra. 

Na safra de laranja de 2022/23, as estimativas começaram em 2022, a partir de maio (316,95 milhões de caixas de 40,8 quilos), passando por setembro (314,09 milhões) e dezembro (314,11 milhões), para conclusão em abril de 2023 (314,21 milhões). Nesse período, a redução acumulou -2,84 milhões (-0,9%). Esses dados confiáveis ultrapassam as fronteiras das fazendas e abrangem toda comunidade citrícola. 

OUTRA SAFRA DE BAIXA QUANTIDADE

Para a colheita na safra 2023/24, a projeção inicial da produção está estimada em 309,34 milhões, correspondente a -1,55% do fechamento de 2022/23, que recebeu chuvas superiores a 45% da média histórica. Em termos de produtividade média, as médias ficaram em patamares pertos entre as duas safras: de   918 caixas por hectare e 1,83 caixas por árvore para 2023/24, e 912 caixas por hectare e 1,85 caixas por árvore em 2022/23. As estimativas de ambos ficaram nos intervalos registrados nos últimos dez anos. 

Na safra 2022/23, houve dois dados relevantes. Um, do índice de queda médio dos frutos ocasionado de forma natural ou provocada por outros motivos, de 21,0%, desde o momento da derriça até a colheita definitiva do talhão. Outro, da quantidade de 247 frutos por caixa de 40,8 quilos (165 gramas por fruto). 

Em contraposição, para a safra 2023/24, com ciclo bienal de produção negativa, a carga de frutos por árvore deverá ser menor, enquanto a taxa de queda do fruto persiste, em 21%, face a presença da doença do Greening, que representa um quarto desse índice.

Os prognósticos meteorológicos apontam o término do fenômeno La Niña, com a vinda do fenômeno El Niño, no segundo semestre de 2023. Essa mudança poderá trazer chuvas copiosas similares com as verificadas no cinturão citrícola em 2022.

MERCADO COM OFERTA AJUSTADA DE SUCO

Ainda que com menores quantidades, a largada da produção está sendo acionada de forma gradativa nas indústrias de suco, com a moagem das matérias primas de variedades precoces. As propostas de contratos novos foram consideradas como algo de exceção diante dos baixos investimentos realizados para expandir as plantações. As aquisições antecipadas foram fechadas a preços melhores, com valores acima de 20% em relação à safra 2022/23, de R$ 32,00 a caixa. 

Com as projeções da produção de matéria prima menor para a safra 2023/24, o balanço de oferta e demanda de suco de laranja ficará ainda mais deficitária. Os três últimos anos mostram redução no processamento industrial. Analistas de mercado estimam para começo de julho, quando começa a safra 2023/24, estoques de somente 140 mil toneladas de laranja concentrado congelado (FCOJ) equivalente a 66º Brix, inferior ao nível estratégico de 250 mil. Os preços na bolsa de Nova York seguem pressionados para cima US$ 2,80 por libra-peso.

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