Seca eleva preços e afeta consumo
Com a menor disponibilidade desses produtos, os preços sobem
A seca prolongada que afeta o Brasil traz uma série de impactos negativos, principalmente para o setor varejista, como aponta Eric Derbyshire, sócio da consultoria RGF. As consequências vão além dos problemas de saúde pública, atingindo diretamente a produção agrícola, o abastecimento de água e a geração de energia, o que acaba refletindo nos preços dos produtos e na operação das empresas varejistas. Dentre os principais efeitos da estiagem, Derbyshire destaca o aumento dos preços de alimentos, o agravamento da inflação, o custo elevado da energia e problemas logísticos que afetam o abastecimento.
O impacto da seca na produção agrícola é notório, reduzindo a oferta de grãos, frutas, legumes e carne. Com a menor disponibilidade desses produtos, os preços sobem, pressionando o consumidor final e os supermercados, que enfrentam dificuldades para manter os estoques. Além disso, o aumento dos preços de itens essenciais impulsiona a inflação, diminuindo o poder de compra da população. Com menos dinheiro disponível, os consumidores tendem a reduzir a aquisição de outros produtos, como eletrônicos e vestuário, afetando negativamente o varejo em geral.
Outro ponto crítico é o aumento do custo de energia, uma vez que a seca diminui os níveis dos reservatórios das hidrelétricas, forçando o país a recorrer a usinas térmicas, mais caras, ou até ao racionamento. Isso encarece a eletricidade para as empresas varejistas, que dependem de energia para manter suas operações (como refrigeração e iluminação), e para os consumidores. Paralelamente, a estiagem pode reduzir a navegabilidade de rios em regiões onde o transporte fluvial é vital, causando atrasos logísticos e elevando os custos de transporte, o que impacta ainda mais a cadeia de suprimentos.