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Colhedoras

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Foto: Divulgação

Operação de colheita


O processo da colheita de grão compreende algumas etapas fundamentais. A primeira envolve o ato de cortar ou arrancar a planta, ou mesmo parte da planta. Na sequência ocorre a debulha e aqui nos referimos ao trilhar. Para que isso aconteça, dependendo da cultura, ocorre uma etapa intermediária de remoção da palha. Por último ocorre a separação entre o grão já debulhado do restante da planta ou de parte da planta e de suas pequenas impurezas. 
Com o aumento das populações e a necessidade de se produzir mais alimentos, com um número de pessoas empregadas na agricultura cada vez menor, as operações de colheita começaram a ser mecanizadas.

Máquinas de Colheita

A colheita é a última operação realizada no campo, no processo de produção
agrícola. Nos primórdios da agricultura, toda a operação de colheita era realizada manualmente. A operação de colheita manual, da mesma forma que os demais processos manuais, é de baixa capacidade operacional e, portanto, viável economicamente apenas em pequenas propriedades, onde a finalidade principal da produção é subsistência do agricultor e sua família.

Sistemas que compõem a máquina 

A colhedora deve ser analisada e entendida pelos sistemas que a compõem, que são: 
• corte;
• alimentação;
• trilha;
• separação;
• limpeza;
• transporte e armazenamento.

E a grande separação na classificação das máquinas está no seu sistema de trilha: 

1.    Trilha de fluxo radial ou tangencial

 

Na trilha de fluxo radial, o produto passa uma única vez entre uma parte móvel – o rotor – e uma parte fixa, o côncavo. Este sistema de trilha é mais abrupto, pois o produto fica exposto ao atrito e impacto por um contato tangencial de poucos graus.

2.    Trilha de fluxo axial

 

 

Na trilha de fluxo axial o produto gira entre o rotor e o cilindro separador, entrando em uma extremidade e saindo na outra, havendo mais tempo para a trilha, pois o produto fica exposto por algumas voltas.

As colhedoras com sistema de fluxo axial são mais eficientes em termos de diminuição de perdas e danos aos grãos, além de permitirem maior taxa de alimentação para um mesmo porte de máquina, se comparadas com as colhedoras de fluxo radial.

Classificação das Colhedoras

As colhedoras classificam-se em:

a) Automotrizes (combinadas)
São máquinas autopropelidas que realizam todas as operações necessárias à colheita.

b) Montadas
São dependentes de um trator agrícola para a realização de suas funções.

c) De Arrasto
Possuem um motor a auxiliar independente ou são acionadas pela tomada de
potência e tracionadas pela barra de tração por um trator.

Colhedoras de Cereais
A colheita de cereais envolve as etapas de corte, alimentação, trilha, separação e limpeza.

a) Mecanismos de Corte. Eles se diferem para cada tipo de cereal a ser colhido. Eles estão contidos em uma plataforma de corte, cujos elementos principais são os separadores, molinete, barra de corte e condutor helicoidal.

b) Mecanismos de Alimentação. É uma esteira transportadora formada de correntes longitudinais, com taliscas transversais, as quais raspam o material sobre o fundo trapezoidal, elevando-o e colocando-o no mecanismo de trilha.

c) Mecanismos de Trilha. São três tipos: cilindro de dentes e côncavo (utilizado nas colhedoras de arroz), cilindro de barras (utilizado para as demais culturas) e côncavo e cilindro axial (dentes dispostos helicoidalmente sobre a superfície do cilindro). Atrás do cilindro trilhador pode existir, em algumas colhedoras, um cilindro batedor, cuja principal função é retirar a palha que eventualmente fique retida no cilindro trilhador.

d) Mecanismos de Separação. Age na separação de grãos debulhados, palha triturada e grãos não-debulhados. É feita em três lugares diferentes: na grelha formada pela barras do côncavo, na grelha sob o cilindro batedor e no sacapalhas.

e) Mecanismos de Limpeza. Os principais mecanismos de limpeza nas colhedoras são: peneira superior (localizada sob o saca-palhas), peneira inferior(separa as sementes dos pequenos resíduos que atravessam com elas na peneira superior) e ventilador.

O sistema de corte e o de alimentação se complementam sendo o primeiro dedicado à ceifa e estão associados à plataforma. No caso de plataforma segadora, os componentes principais são o molinete, responsável por conduzir as plantas em pé até a barra de corte, que faz a ceifa. O caracol transportador leva o produto já cortado até o centro e o conduz ao elevador de alimentação ou canal alimentador. Recentemente o caracol vem sendo gradativamente substituído por um transportador tipo esteira (“draper”), em função do aumento da largura da plataforma e, portanto, da distância de transporte até o centro da máquina.

Na colheita de grãos em que o corte é elevado do chão (trigo, arroz, cevada), a plataforma deve ser rígida para manter o corte em altura padrão. Na colheita da soja, com inserção de vagens próximas ao chão, a plataforma deve ser transversalmente flexível para acompanhar as irregularidades do terreno.

A plataforma para colheita de milho é dividida em unidades despigadoras – uma para cada fileira de plantas. Os componentes principais são os rolos despigadores, responsáveis por puxar o pé de milho para baixo, e as espigas, de maior diâmetro que estes, serão barradas e arrancadas por dois delimitadores, dispostos acima dos rolos. As espigas são então carregadas pelas correntes transportadoras até a plataforma e daí levadas ao centro da máquina por meio de um caracol transportador.

 

José Luis da Silva Nunes

Engenheiro Agrônomo, Dr. em Fitotecnia

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