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Os transplantadores são equipamentos muito utilizados em culturas hortícolas, e florestais, assim como a cultura do fumo, que foram previamente semeadas em viveiros, fazendo-se depois a sua plantação no local definitivo com aquele tipo de equipamentos; estes, quando as plantas são muito jovens, designam-se por repicadores sendo a operação designada por repicagem.
Relativamente à sua constituição, que apresenta alguma analogia com os plantadores de tubérculos, existindo mesmo alguns modelos em que, pela substituição de alguns elementos, o equipamento funciona como plantador ou transplantador, tem-se, como elemento base, um chassi, onde estão montados os elementos de plantação, o sistema de ligação ao trator e os bancos para os operadores. Considerando os elementos de plantação, tantos quanto o número de linhas, estes são constituídos por:
- Um sulcador, cuja forma condiciona a secção do sulco, esta é geralmente em forma de V ou U;
- Um dispositivo de plantação, cujo acionamento é efetuado pelas rodas de suporte do transplantador ou TDF do trator, e em que a distância das plantas na linha é obtida pela variação da relação de transmissão;
- Um dispositivo de abertura do sulco e compactação em torno da planta, constituído por um amontoador, geralmente com dois discos, que provoca uma pequena amontoa junto à planta, sendo a compactação da terra contra a raiz obtida geralmente por duas rodas inclinadas em V, colocadas uma de cada lado da linha;
- Um dispositivo para adubação das jovens plantas, constituído por um reservatório e condutas que conduzem o líquido até junto do dispositivo de plantação.
Os dispositivos de transplantação, que asseguram a colocação das mudas no solo, podem ser de diferentes tipos sendo os mais frequentes os constituídos por dois discos munidos de pinças ou dois discos maleáveis, concêntricos. Relativamente aos diferentes tipos estes são, na maioria dos casos, para plantas com raiz nuas, plantadores semi-automáticos, com alimentação manual, que apresentam como principais dispositivos de distribuição os seguintes:
- Dispositivo com pratos circulares verticais e órgãos de preensão;
- Dispositivo com discos maleáveis sem órgãos de preensão;
O primeiro dispositivo tem como geralmente como elementos de preensão pinças colocadas na periferia do disco, cuja abertura e fecho é regulada por excêntricos, permitindo assim ao operador a colocação da planta convenientemente orientada (pinça aberta) sendo esta transportada para o sulco (pinça fechada) onde vai ser depositada (pinça aberta).
Os dispositivos com discos maleáveis, sem órgãos de preensão, permitem a colocação das jovens plantas entre aqueles discos, que depois se mantêm em contacto até a altura de liberação das plantas, em que se afastam novamente. Para além dos dispositivos apresentados existem outros específicos para algumas máquinas especiais, nomeadamente as utilizadas na plantação do tabaco. Considerando a evolução tida por este tipo de plantadores pode-se afirmar que no futuro o objetivo é obter equipamentos polivalentes, de fácil regulação, que em densidade de plantação quer em profundidade, para se poderem utilizar em diferentes tipos de solo e aumentar o rendimento em trabalho.
Embora a maioria dos transplantadores tenham um sistema de alimentação semi-automática, alguns construtores têm tentado desenvolver sistemas de alimentação e distribuição automáticos; o principal problema nestes sistemas é a dificuldade em posicionar corretamente a planta na fase de alimentação, por forma a orientar corretamente as raízes.
José Luis da Silva Nunes
Engenheiro Agrônomo, Dr. em Fitotecnia