Biofertilizantes economizam bilhões: ENTENDA
Levantamento publicado comparou os resultados de vários estudos científicos
A substituição de fertilizantes sintéticos nas lavouras de soja do Brasil por biofertilizantes economizou bilhões em custos, aponta estudo recentemente publicado na revista científica Frontiers in Microbiology. De acordo com a pesquisa, a inoculação da soja com microrganismos do solo reduziu as emissões de carbono (CO2) no país em 430 milhões de toneladas a cada ano, mostra uma nova análise.
O levantamento publicado comparou os resultados de vários estudos científicos sobre as aplicações de biofertilizantes no Brasil. O resultado foi a conclusão de que, sem essa intervenção em larga escala e de longo prazo, os agricultores teriam usado um adicional de 20 milhões de toneladas de nitrogênio por ano – equivalente a 43 milhões de toneladas de ureia.
De acordo com os autores, a diferença de custo é abissal: custa cerca de US$ 190 para fertilizar um hectare de terras agrícolas usando meios tradicionais, enquanto a mesma área tratada com biofertilizantes custa menos de US$ 10. A substituição de fertilizantes sintéticos na maioria das lavouras de soja gerou uma economia de aproximadamente US$ 10,2 bilhões no Brasil.
A prática de buscar biofertilizantes remonta a década de 1960 no Brasil, com a introdução de bactérias diazotróficas vivas que podem converter o nitrogênio do ambiente em nutrientes para as plantações. Usando uma enzima, esses microorganismos do solo fornecem naturalmente amônia, que pode ser absorvida diretamente pelas plantas.
O Brasil é pioneiro na ciência dos biofertilizantes – que segue em desenvolvimento, com pesquisadores testando diferentes micróbios e aprimorando sua genética. Atualmente, aproximadamente 80% da safra de soja do país é cultivada com esses insumos especiais.
Confira o artigo: “Pesquisa de microbiomas como um impulsionador eficaz de histórias de sucesso em sistemas agroalimentares – uma seleção de estudos de caso”.