Paraná colhe safra recorde e amplia os pomares de laranja
A colheita de laranja começa a ganhar ritmo no Paraná, onde nesta safra os pomares ocupam 19,4 mil hectares
A notícia ruim é a queda na rentabilidade. Com o dólar em baixa e o custo em alta, indústria e produtor têm as margens reduzidas devido à relação cambial e ao rejauste no preço dos fertilizantes. Ainda assim, cotada abaixo dos R$ 10 a caixa de 40,8 quilos (medida americana), a laranja continua ganhando adeptos.
O presidente da Associação dos Citricultores do Paraná (Acipar), Pedro Garcia, explica que a cotação, em dólar, é atraente. O problema, está na desvalorização da moeda americana diante do real. Outra agravante, destaca o dirigente, é que o preço não acompanha a alta dos insumos. Ele cita de exemplo o adubo, que acumula alta de 120%. “Não faz muito tempo, era possível pagar R$ 600 a tonelada. Hoje varia entre R$ 1.500 e R$ 1.600”.
Mas o produtor não desanima. Aumentou área e investiu em tecnologia. João Luiz Pasquale, que produz laranja há 19 anos, é um exemplo. Ele espera colher nesta safra aproximadamente 140 mil caixas (40,8 quilos), com as quatro variedades de laranja que cultiva em sua propriedade. “Investi em tecnologia, combate de pragas e doenças pensando sempre em melhorar a qualidade e aumentar a produção”, diz o citricultor, que na safra passada colheu 125 mil caixas.
Na hora de fazer as contas, porém, Pasquale conclui que, apesar de todo o investimento realizado e a previsão de maior produção, há rejuízo com o dólar em baixa. De acordo com Pasquale, o valor pago pela laranja não teve reajuste adequado para compensar o aumento nos custos da produção. A mão-de-obra, continua, também foi reajustada.
Para fazer frente aos custos, as cooperativas e outras empresas que recebem a fruta efetuam pagamentos mensais aos produtores a partir do início da colheita, uma espécie de adiantamento. De acordo com Márcia Santin, gerente comercial de frutas e sucos da Cocamar, “nessa forma de pagamento o produtor consegue ir administrando a safra, pagando funcionários e tudo o que for usando no pomar”. A gerente lembrou que em cada final de safra é feito um cálculo e o produtor recebe a diferença do total entregue para a cooperativa.
A gerente informou que 98% de toda a produção de sucos concentrados da empresa segue para exportação, principalmente para atender o mercado europeu, Ásia e Oriente Médio. “Vendemos a tonelada da polpa de fruta em torno de US$ 1.750 a tonelada e já estamos praticamente com toda a produção deste ano vendida.”
Só a indústria de concentrados da Cocamar, com sede em Paranavaí, deve receber neste ano 3,1 milhões de caixas de 40,8 quilos de laranja. A previsão é de que a safra do biênio 2009/10 chegue a 3,8 milhões. “Seguindo esse ritmo até 2012, estaremos em nossa capacidade máxima de 7 milhões de caixas”, prevê o coordenador de citricultura da cooperativa, Leandro César Teixeira. Para atingir a meta, a Cocamar aposta na ampliação dos pomares e no lançamento de novos produtos.