
As laranjeiras pertencem a família Rutáceas, gênero Citrus e as principais espécies utilizadas para consumo são:
Laranjeira Doce (Citrus sinensis)
Esta é a espécie cítrica de maior importância, e a ela pertence a maioria das variedades cultivadas em todo o mundo. No Brasil, destacam-se as variedades:
- Pera (maturação semi-tardia);
- Natal (tardia);
- Valencia (tardia);
- Bahia (semi-precoce);
- Baianinha(semi-precoce);
- Lima (semi-precoce);
- Piralima(semi-precoce);
- Hamlim (semi-precoce).
Suas frutas são usadas tanto para o consumo direto como para a indústria. A laranja doce tem porte médio, folhas tamanho médio com apice ponteagudo base arredondada, pecíolo pouco alado, flores com tamanho médio, solitárias ou em racimos, com 20-25 estames, ovário com 10-13 lóculos. Sementes ovoides, levemente enrugadas e poliembrionicas.
Laranjeira Azeda (Citrus aurantium)
Também chamada Laranjeira Sevilhana, Laranjeira da Terra ou Laranjeira de Doce. É usada para a fabricação de geléias, pastas, compotas da casca e doce de laranja cristalizada, onde é removida a parte superficial do epicarpo. São importantes o óleo petit grain, destilado das folhas, e o óleo neuroli das flores.
A laranja azeda tem porte médio a grande, folha com lâmina estreita, ponteaguda, base arredondada, flores grandes, completas; fruto ácido e amargo, de difícil consumo. Comparativamente com a Laranjeira Doce, possui plantas menores, mais verticais, mais resistentes à gomose e mais sensíveis à verrugose das folhas. Sua maior importância em citricultura decorre de seu uso como porta-enxerto, embora este esteja já abandonado na maioria dos países devido à sua intolerância ao vírus da tristeza. É utilizada em alguns países do Mediterrâneo como planta ornamental em parques e ruas.
Quanto à morfologia, em linhas gerais, os citros se caracterizam pela produção de frutas do tipo baga, especificamente denominada de "hesperídio" que em algumas espécies pode se formar partenocarpicamente e cujas sementes geralmente são poliembriônicas.
O fruto apresenta o endocarpo dividido em um número variável de segmentos ou gomos, reunidos ao redor de um eixo central. Os gomos são preenchidos por vesículas de suco, e na porção próxima ao eixo central localizam-se as sementes, quando presentes.
A casca é caracterizada por duas partes: o exocarpo, a mais externa, designada como "flavedo", constituído pela epiderme e por uma camada de células glandulares de óleo, e o mesocarpo, cosntituído por uma camada de células esponjosas brancas denominada "albedo", que reveste externamente os gomos.
As folhas são coriáceas, simples, alternadas e persistentes. A coloração das folhas é verde escura, apresentando pontos translúcidos formados por glândulas de óleos essenciais. As características das folhas permitem a identificação de espécies.
As flores são solitárias ou apresentam-se na forma de racimos. Elas podem surgir nas axilas das folhas nos ramos do último fluxo vegetativo, mas geralmente se manifestam com maior abundância nas brotações primaveris. Cada flor contém de 4 a 5 pétalas brancas ou avermelhadas e purpúreas em algumas espécies. O número de estames varia de 20 a 40 e o pistilo é único. As sementes são revestidas por uma película branca envolvendo um ou mais embriões, com cotilédones brancos ou verdes, dependendo da espécie.
José Luis da Silva Nunes
Engenheiro Agrônomo, Dr. em Fitotecnia