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Inflação em queda nos EUA e seca no Brasil impulsionam preços do açúcar

O mercado de açúcar iniciou a semana passada de forma cautelosa



Foto: Pixabay

O mercado de açúcar iniciou a semana passada de forma cautelosa, com os participantes aguardando o relatório da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) enquanto a seca severa no Centro-Sul do Brasil continuava a dar suporte aos preços. A análise da Hedgepoint Global Markets destacou que a combinação da seca prolongada e a queda da inflação nos Estados Unidos fortaleceram o mercado de açúcar, elevando os preços do produto.

Lívea Coda, analista de Açúcar e Etanol da Hedgepoint, explicou que, apesar da fraqueza geral no complexo de energia, o açúcar mostrou resiliência, especialmente com as condições climáticas adversas que a principal região produtora do Brasil enfrentou na primeira quinzena de setembro. "As altas temperaturas e a baixa umidade relativa do ar aumentaram o risco de incêndios nos canaviais", acrescentou.

O relatório da UNICA revelou um mix de açúcar de 48,85%, abaixo das expectativas de mercado, que previa um índice acima de 49%. Esse resultado surpreendeu os analistas, reforçando ainda mais o movimento de alta no mercado.

No campo legislativo, a aprovação do projeto de lei "Combustíveis do Futuro" pelo Senado brasileiro trouxe perspectivas de aumento na demanda por biocombustíveis, como o etanol. Entre as principais disposições, o aumento da mistura de biogás no gás natural e as metas para biocombustíveis até 2031 foram destacados. "Se o mandato de mistura de etanol na gasolina for fixado em 30% para 2025, a demanda por etanol anidro terá um crescimento significativo, gerando oportunidades no setor de biocombustíveis", afirmou Coda.

Entretanto, a Hedgepoint destacou que o mercado de açúcar permanece atento à paridade das exportações indianas, com a participação do país no comércio internacional sendo restrita a preços acima de 20-21 c/lb. No mercado de açúcar branco, a entrega de outubro foi robusta, com 544,6 mil toneladas sendo entregues, a segunda maior já registrada em Londres.

Embora o cenário seja positivo para os preços do açúcar, os biocombustíveis ainda têm um longo caminho a percorrer antes de impactarem diretamente esse mercado. Até lá, o mix de fatores climáticos e macroeconômicos deverá continuar a definir o rumo dos preços, especialmente à medida que a seca no Centro-Sul brasileiro persiste.

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