Cana-de-açúcar: produção menor pressiona mercado de açúcar
Já no mercado internacional, o açúcar brasileiro segue aquecido
A safra 2024/25 confirma um cenário desafiador para a produção de açúcar, estimada em 44 milhões de toneladas, 3,7% abaixo do ciclo anterior. A menor disponibilidade de cana-de-açúcar para moagem, especialmente nas regiões Centro-Sul e Norte, já quase finalizadas, explica a retração. No Nordeste, onde a colheita ainda avança, o impacto da menor oferta de matéria-prima também é evidente, refletindo as condições climáticas adversas que marcaram o ciclo.
Enquanto isso, a produção total de etanol deverá alcançar 36,08 bilhões de litros, registrando um crescimento modesto de 1,3%. O destaque vai para o etanol de milho, cuja produção deve atingir 7,22 bilhões de litros, um aumento expressivo de 22,1%. Em contraste, o etanol de cana sofre queda de 2,8%, com 28,86 bilhões de litros previstos, mostrando como a diversificação tem sido estratégica para o setor sucroenergético.
No mercado internacional, o açúcar brasileiro segue aquecido, com mais de 23,1 milhões de toneladas exportadas, um crescimento de 23% em relação ao mesmo período da safra anterior. Apesar disso, a queda de 10% no preço médio das exportações, devido à concorrência de países como Tailândia, China e Índia, traz desafios para os produtores.
Já o etanol enfrenta dificuldades no mercado externo, com as exportações recuando 25,3%, somando 1,08 bilhão de litros. A Coreia do Sul lidera como principal destino, absorvendo 43% do volume exportado, seguida por Estados Unidos e Holanda.
Para os próximos meses, as expectativas apontam para uma pressão baixista nos preços do açúcar no mercado global. No Brasil, no entanto, a redução na produção e a demanda aquecida tendem a sustentar valores mais firmes, reforçando o papel estratégico do mercado interno para equilibrar o setor.