CI

Safra brasileira de café chega a 44,69 milhões de sacas



(27/06/2002 - Coffee Break) -O Ministério da Agricultura divulgou os números da segunda estimativa oficial de safra de 2002/03, realizada pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). De acordo com o levantamento, a produção do Brasil deverá atingir 44,690 milhões de sacas, sendo 34,935 milhões de sacas de arábica e 9,755 milhões de sacas de conillon. Pela projeção da secretaria da produção e comercialização do Ministério, do total aferido 13 milhões de sacas deverão ser consumidas pelo mercado interno e 24 milhões de sacas serão exportadas, repetindo a performance do ano passado, apesar da crise de preços. Segundo os dados obtidos pela Conab, com exceção do período seco mais prolongado em Rondônia, nas demais regiões o clima — devido especialmente à regularidade e boa distribuição das chuvas — foi mais favorável ao desenvolvimento das lavouras e a fixação dos grãos. O informe do Ministério ressaltou que, por causa da bianualidade da cultura, a colheita já seria, de qualquer forma, bem maior que a anterior. Minas Gerais deverá registrar a colheita de 2,715 milhões de sacas, sendo seguido pelo Espírito Santo com 8,990 milhões de sacas. São Paulo terá uma produção de 5,560 milhões de sacas e a Bahia registrará a produção de 2,380 milhões de sacas. A Conab registrou o levantamento entre a primeira semana de maio e a primeira semana de junho. O levantamento apresentado é 12,80% maior que o observado na primeira estimativa da Conab (39,620 milhões de sacas). O número também está próximo de outros levantamentos do mercado, como o do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (46,850 milhões de sacas) e da FNP Unidos (46,544 milhões de sacas). A Conab, no próximo mês de dezembro, deverá realizar um novo levantamento que, de acordo com a secretaria de produção e comercialização, não deverá trazer grandes mudanças em relação aos números dessa segunda estimativa.

Importação americana —Os Estados Unidos registraram a importação de 86.231.279 quilos de café verde no mês de abril, informou o Departamento de Comércio dos Estados Unidos. Esse volume é 7,81% maior que o registrado no mês anterior, quando 79.980.302 quilos do produto foram adquiridos pelo país. Do total aferido, 53.675.823 sacas referiam-se a café arábica. Em abril, os Estados Unidos importaram 3.505.788 quilos de café torrado e moído, 25,45% a mais que no mês anterior (2.794.498 quilos). As compras de café solúvel, em abril, somaram 2.157.971 quilos, 48,01% a menos que em março, quando 4.151.190 quilos desse tipo de café foram adquiridos. As exportações de café verde dos Estados Unidos, em abril, somaram 366.468 quilos, contra 2.553.628 quilos de café torrado. As reexportações de verde, por sua vez, somaram, no mês, 3.803.307 quilos e as reexportações de café torrado e moído atingiram 292.973 quilos.

Cerrado —A colheita no cerrado mineiro continua sendo realizada de forma normal. De acordo com o presidente da Assocafé (Associação dos Cafeicultores de Carmo do Paranaíba), Jerry Magno Resende, a região verificou uma florada mais tardia. Desse modo, ainda é possível verificar um significativo número de verde nas lavouras. "Acredito que cerca de 15% da safra já foi colhida", disse. Em Patrocínio, um dos principais municípios produtores da região, cerca de 20% já foram colhidos, no entanto esses cafés ainda não estão disponíveis para comercialização, pois estão no processo de secagem e benefício. Em Araguari o processo está mais adiantado, em função de que praticamente toda a área plantada é irrigada, o que provoca uma florada mais precoce. "Aproximadamente 30% da safra foi colhida. Na nossa cooperativa muito pouco está sendo recebido. O volume colhido até agora está passando pelo processo de secagem e beneficio nas propriedades", disse o presidente da Associação dos Cafeicultores de Araguari, Reinaldo Caetano.

Recursos —O setor cafeeiro da Colômbia requer de pelo menos 500 milhões de dólares pelos próximos cinco anos, se pretende ser viável. Caso contrário, estará entrando em colapso total. Assim resumiu o novo presidente da Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia, Gabriel Silva Luján, em um encontro com cafeicultores na cidade de Manizales. Para ele, esse volume financeiro é pequeno ante o que o Estado e a sociedade colombiana têm pago para outros setores, que são menos estratégicos e que geram menos impactos sociais. "A reconversão da cafeicultura não pode ser feita por caridade ou com a boa vontade de alguns setores, se requer um programa de governo, uma política de estado e recursos sólidos", disse. O impacto social às 500 mil famílias que dependem da atividade, apontou Luján, é um argumento poderoso para que os cafeicultores busquem recursos junto ao Estado e, particularmente, ao novo governo. Recentemente, Alvaro Uribe foi eleito o novo presidente do país. "Não é possível que a cafeicultura sobreviva a esses momentos difíceis, sem que o país lhe retribua tudo o que o setor já ofereceu. É o momento de a Colômbia pagar aos cafeicultores a dívida e o governo deve ser o interlocutor", ressaltou. Contudo, o dirigente observou que a criatividade também tem um papel importante no momento atual. Ele declarou que não basta subsídios ou aportes. Deve-se planejar uma nova visão para o segmento, com propostas de financiamento de longa prazo, nas quais o café possa contar com recursos para reconversão. "O trabalho vem sendo feito, porém um novo governo está chegando e todos os sinais indicam que existe uma intenção de colaborar. O que falta é colocar as idéias na mesa e pô-las em prática", disse Luján.

Ajuda Internacional —O diretor executivo da Organização Internacional do Café, Nestor Osorio, efetuou, nos últimos dias, encontros em Bruxelas e Washington, com representantes do Departamento Americano para Desenvolvimento Internacional, Banco Mundial, Banco de Desenvolvimento Inter-americano e comissão européia. Dessas reuniões, Osorio trouxe a promessa das organizações de que uma ajuda internacional poderá ser dada à cafeicultura. Os representantes dos órgãos governamentais e bancos apontaram que há um consenso em buscar soluções para a crise do café e ampliar as formas de combate à pobreza, que atinge milhões de produtores. De acordo com o diretor-executivo da OIC, a crise atual está devastando economia e trazendo conseqüências sociais perversas. "Os bancos internacionais e o Departamento Americano expressaram apoio à OIC e confirmaram a intenção de buscar soluções para a crise. O Departamento mostrou disposição de abrir uma linha de financiamento de 15 milhões de dólares para a continuidade de iniciativas de desenvolvimento do café na América e na África", disse. Osório ressaltou que nos contatos mantidos em Bruxelas e Washington foram ressaltados os programas da Organização para tentar amenizar a crise. Entre eles estão a melhoria da qualidade do café, a diversificação de culturas, o aumento do valor agregado, o aumento do consumo em mercado emergentes e países produtores e a produção sustentável do café.

Boletim —A Cati (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral), instituição participante do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café , lançou Boletim Técnico sobre Cultura do Café. A publicação é uma dos mais completos trabalhos sobre a Cultura do Café e tem a finalidade de contribuir com o cafeicultor paulista na formação e condução de sua lavoura. Neste trabalho, os autores João Alves de Toledo Filho, Roberto Antônio Thomaziello, Edson Gil de Oliveira e Tomás Eliodoro da Costa abordam itens básicos, como clima, solo, preparo do terreno, calagem, adubação, tratos culturais, assim como as principais pragas, doenças e seu controle, tornando-se leitura obrigatória a todo cafeicultor preocupado em bem conduzir e obter produtividade, sendo indispensável também aos técnicos interessados na cultura cafeeira. Maiores informações sobre como obter o boletim podem ser obtidas pelos telefones (19) 3743-3858 e 3241-7191, pelo e-mail: [email protected] ou pelo site: www.cati.sp.gov.br.

Em destaque

* As torrefações dos Estados Unidos processaram, em 2002, até o último dia 15 de junho, um total de 8,4 milhões de sacas. Esse volume é 2,50% maior que o observado no mesmo período do ano anterior, quando 8,195 milhões de sacas haviam sido processadas. Na semana encerrada em 15 de junho, as indústrias torrefadoras do país realizaram o processamento de 355 mil sacas. .

* O Navio Escola Brasil está realizando a divulgação dos cafés brasileiros no continente americano e na Europa. A divulgação faz parte de uma parceria com o Ministério da Agricultura que investiu 65 mil reais em um projeto para apresentar, além do café, a cachaça, a carne, frutas e flores brasileiros para o público estrangeiro. O navio está distribuindo brindes e oferecerá degustação de café, sendo servido de acordo com a cultura de cada nação.

Fonte: Coffee Break (www.coffeebreak.com.br)

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.