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Fertilidade para a cultura do café

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Foto: Pixabay

Para propiciar à muda uma condição favorável ao seu enraizamento abundante e profundo, é preciso disponibilizar no ambiente radicular, durante o período de formação, os nutrientes necessários, com base na interpretação da análise de solos, conforme a 5ª Aproximação.

A estreita relação de alguns nutrientes com o desenvolvimento radicular, com destaque para cálcio e fósforo, sugere um cuidado especial no adequado suprimento desses elementos desde o plantio.

 

Classes de fertilidade para a cultura do café.

 

O cálcio, de mobilidade restrita na planta e de baixa mobilidade no solo (normalmente alcançado por interceptação das raízes), precisa estar misturado em todo o volume de terra da cova ou sulco, para assegurar a sua absorção em quantidade satisfatória.

Portanto, mesmo que se tenha feito a correção do solo em área total, é indispensável a sua complementação de forma localizada.

Quanto ao fósforo, que também é de mobilidade baixíssima no solo, mas que é de translocação alta dentro da planta, é admissível até mesmo a sua localização de forma pontual. Entretanto algumas pesquisas mostram melhores resultados, quando misturado em todo o volume da cova ou sulco.

Existem diversas fontes de fósforo indicadas para a adubação de plantio do café, cuja solubilidade é bastante variável, a saber: os fosfatos naturais, os fosfatos naturais reativos e os fertilizantes fosfatados. Cada um deles se destacando em alguma característica desejável.

Dentre os mais recomendados, ressalta-se o superfosfato simples que, além de ser o mais barato, possui aproximadamente 50% de gesso em sua composição. Outra fonte bastante utilizada são os fosfatos reativos, cuja formulação promove a liberação lenta do fósforo. É uma alternativa tecnicamente válida, que deve ser avaliada quando seu custo se justificar. Com relação aos micronutrientes, destaca-se a eficiência do boro via solo, o que justifica o seu uso no plantio, preferencialmente pelas formulações comerciais fosfatadas contendo boro.

Quanto ao zinco e cobre, cuja eficiência via solo, especialmente os argilosos, tem sérias restrições, recomenda-se a aplicação via foliar. Caso tenham sido feitos anteriormente cultivos sucessivos com milho, com utilização de formulações contendo zinco e boro, podem ocorrer altos níveis residuais desses microelementos, principalmente de zinco, acarretando retardamento no desenvolvimento das mudas. No entanto, isto pode ser verificado com antecedência, por meio da análise de solos.

O uso da matéria orgânica no plantio deve ser recomendado, quando seu teor no solo for menor que 2%. Deve--se levar em conta o seu alto custo de aquisição, quando não tiver disponível na propriedade.

 

José Luis da Silva Nunes

Engenheiro Agrônomo, Dr. em Fitotecnia

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