Fungo Clonostachys rosea é eficiente contra o mofo-branco e a mosca-branca
Além de ser um agente eficaz de controle de pragas, os pesquisadores conseguiram obter um meio de reprodução barato do microrganismo benéfico, possibilitando a produção em larga escala de um possível bioinsumo agrícola
Texto: Correspondente Victor da Matta.
Cientistas da Embrapa verificaram que o fungo Clonostachys rosea mostrou-se eficaz no controle do mofo-branco (Sclerotinia sclerotiorum) e da mosca-branca (Bemisia tabaci biótipo B). Ambos são considerados grandes problemas fitossanitários e presentes em diversas culturas, como soja, algodão, feijão, tomate, batata, canola e girassol.
Além de ser um agente eficaz de controle de pragas, os pesquisadores conseguiram obter um meio de reprodução barato do microrganismo benéfico, possibilitando a produção em larga escala de um possível bioinsumo agrícola. Além disso, dado que beneficia múltiplas espécies de vegetais, o estudo procura desenvolver uma maneira de produção eficiente e de alto rendimento.
Os propágulos (células) do C.rosea, foram produzidos por meio da fermentação líquida submersa, uma técnica eficiente e de baixo custo que permite a produção em larga escala em biorreatores automatizados. Durante a pesquisa foi possível observar que o fungo parasitou 100% dos escleródios do fungo do mofo-branco e causou mais de 70% de mortalidade em ninfas da mosca-branca.
O mofo-branco e a mosca-branca são responsáveis por grandes prejuízos nas lavouras. Na soja, o mofo-branco provoca perdas anuais de até US$ 1,2 bilhão, nos Estados Unidos, e US$ 1,47 bilhão, no Brasil. A mosca-branca pode ser responsável por perdas de até US$ 1 bilhão ao ano no Brasil.