Após a escolha da área e das variedades, as atenções voltam-se para os pontos de instalação do bananal, a saber: época de plantio, espaçamento, coveamento ou sulcamento, seleção e preparo das mudas, plantio e replantio. A época mais favorável ao plantio é o período de chuvas esparsas, quando não ocorre o encharcamento do solo. Com isso, evita-se o apodrecimento das mudas. Em áreas sob irrigação, pode-se fazer o plantio em qualquer época do ano. Os espaçamentos na cultura da bananeira são definidos principalmente conforme o porte da planta. Os mais recomendados são:
- 2,0 m x 2,0 m (2.500 plantas por hectare), 2,5 m x 2,0 m (2.000 plantas por hectare) e 2,5 m x 2,5 m (1.600 plantas por hectare) para variedades de porte baixo a médio (Nanica, Nanicão e Grande Naine);
- 3,0 m x 2,0 m (1.666 plantas por hectare) e 3,0 m x 2,5 m (1.333 plantas por hectare) para variedades de porte semi-alto (Maçã, D’Angola, Terrinha, Prata Anã, Mysore e Figo);
- 3,0 m x 3,0 m (1.111 plantas por hectare); e 4,0 m x 3,0 m (833 plantas por hectare) para variedades de porte alto (Terra, Maranhão, Prata e Pacovan).
Recomendam-se também os espaçamentos em fileiras duplas: 4,0 m x 2,0 m x 1,5 m (2.222 plantas por hectare), 4,0 m x 2,0 m x 2,0 m (1.666 plantas por hectare) e 4,0 m x 2,0 m x 3,0 m (1.111 plantas por hectare) para variedades de porte baixo a médio, semialto e alto, respectivamente.
As disposições mais comuns dos espaçamentos são em quadrado, retângulo e triângulo. Plantios em altas densidades (acima de 2.500 plantas por hectare) também podem ser estabelecidos eliminando-se, alternadamente, após a colheita da primeira safra, uma planta dentro da linha, reduzindo, assim, a população à metade. Pode-se, igualmente, considerar a bananeira como uma planta anual, restabelecendo-se o plantio após a colheita da primeira safra. Essa prática apresenta vantagens e desvantagens, exigindo um bom preparo técnico por parte dos agricultores.
O coveamento é feito manualmente, com cavador ou enxadeta, abrindo-se covas de iguais comprimento, largura e profundidade (30 cm x 30 cm x 30 cm ou de 40 cm x 40 cm x 40 cm). No momento da abertura das covas, separa-se a camada superficial do solo (primeiros 15 a 20 cm) da camada inferior.
As covas também podem ser abertas com trado mecânico acoplado a um trator. Pode-se também usar um sulcador, regulado para abrir sulcos com 30 cm de profundidade. Selecionam-se, em viveiro ou em bananal sadio, com menos de 5 anos de idade, as mudas mais vigorosas, preferencialmente as de forma cônica, com 60 cm a 150 cm de altura (chifrão). O seu preparo deve ser efetuado no próprio local de aquisição, pela eliminação das raízes e do solo aderidos e de boa parte do pseudocaule (tronco), que deve ser cortado a uma altura de 10 a 20 cm. Essa operação reduz o peso da muda e o perigo de introdução de pragas e doenças.
Faz-se o plantio com mudas de um mesmo tipo, na mesma área, de modo a uniformizar a germinação e a colheita. Isso facilita o planejamento e a realização dos tratos culturais. A camada superior de solo da cova, já adubada, deve ficar no fundo da cova ou do sulco e envolver todo o rizoma (parte da muda onde nascem as raízes e os filhos). Em seguida, calca-se a terra em volta do rizoma a fim de eliminar espaços vazios. Só depois disso é que se espalha, em cima, a camada de terra do fundo da cova, calcando-a também, para que a muda fique bem firme.
O replantio realiza-se entre 30 e 45 dias depois do plantio. Utilizam-se mudas maiores do que as plantadas inicialmente. Essas mudas devem ser arrancadas e plantadas no mesmo dia, pois tais cuidados asseguram o padrão de desenvolvimento do bananal e, consequentemente, a uniformidade na época da colheita.
José Luis da Silva Nunes
Engenheiro Agrônomo, Dr. em Fitotecnia
Fonte
BORGES, A.L. et al. A cultura da banana. 3. Edição (revisada e ampliada). Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical. Brasília, DF : Embrapa Informação Tecnológica, 2006. 110 p. (Coleção Plantar, 56).