A bananeira é uma planta que requer, para seu crescimento e sua produção, quantidades adequadas de nutrientes disponíveis no solo. O potássio (K) e o nitrogênio (N) são os nutrientes mais absorvidos pela bananeira, seguidos por magnésio (Mg), cálcio (Ca), enxofre (S) e fósforo (P). Dos micronutrientes, de maneira geral, o boro (B) e o zinco (Zn) são aqueles cuja falta causa maiores problemas à cultura. Após a escolha da área onde será implantado o bananal, deve-se amostrar o solo para análise química. Recomenda-se formar amostras compostas de 15 a 20 amostras simples, coletadas de uma gleba homogênea quanto à vegetação e ao relevo, e que não exceda a 10 ha. Pela análise química do solo, determinam-se os teores de nutrientes nele existentes e, assim, é possível recomendar as quantidades de corretivo e de adubos a serem aplicadas.
A aplicação do corretivo, quando necessário, deve ser feita com antecedência mínima de 30 dias do plantio, preferencialmente. Aplica-se o calcário a lanço em toda a área, após a aração, incorporando-o ao solo por meio de gradagem ou apenas fazendo uma escarificação do solo após a aplicação. Caso não seja possível o uso de máquina, a incorporação pode ser efetuada na época da capina. Recomenda-se o uso de calcário dolomítico, que contém Ca e Mg, o que evita a ocorrência do distúrbio fisiológico conhecido como “azul-da-bananeira” (deficiência de Mg induzida pelo excesso de K).
Tanto a quantidade quanto a época e a localização dos adubos são pontos importantes a serem observados, a fim de se obterem um bom crescimento da planta e produção de bons cachos. Por conta de sua pouca mobilidade no solo (fica onde é colocado), o fósforo deve ser misturado à terra de enchimento da cova. Esse nutriente favorece, principalmente, o desenvolvimento do sistema radicular. A quantidade a ser aplicada depende do resultado da análise química do solo, variando de 40 a 160 kg de P2O5.ha-1, e a fonte do nutriente mais utilizada é o superfosfato simples, que, além de P, contém, Ca e S. Solos com teores de P acima de 30 mg.dm-3 dispensam a adubação fosfatada.
O adubo orgânico também deve ser colocado na cova de plantio, principalmente em solos mais arenosos, pois melhora suas propriedades físicas, químicas e biológicas. Podem ser utilizados o esterco de curral curtido (10 a 15 L.cova-1), o esterco de aves curtido (1 a 2 kg.cova-1), a torta de mamona (0,5 a 1 kg.cova-1) ou outra fonte orgânica disponível na propriedade. O nitrogênio é um nutriente muito importante para o crescimento da planta. Recomendam-se 200 kg de N mineral.ha-1.ano-2 na fase de formação, e de 160 a 400 kg de N mineral.ha-1.ano-2 na fase de produção da bananeira, dependendo da produtividade esperada, divididos, no mínimo, em seis aplicações. A primeira aplicação deve ser feita em cobertura, em torno de 30 a 45 dias após o plantio, utilizando-se como fontes a uréia ou o sulfato de amônio.
Sintomas da falta de N nas bananeiras podem ser observados na Tabela 2. O potássio é considerado o nutriente mais importante para a produção de bons frutos. Na falta desse elemento, as folhas mais velhas amarelecem precocemente, levando à produção de frutos “magros”, sem possibilidade de comercialização. A adubação indicada pela análise química do solo varia de 200 a 450 kg de K2O.ha-1 na fase de formação, e de 100 a 750 kg de K2O.ha-1 na fase de produção, dependendo do teor no solo e da produtividade esperada. A adubação deve ser dividida, no mínimo, em seis aplicações durante o ano, e a primeira aplicação é feita em cobertura, no terceiro ou no quarto mês após o plantio, coincidindo com a segunda aplicação de N. O nutriente pode ser aplicado sob as formas de cloreto de potássio e sulfato de potássio. Solos com teores de K acima de 0,60 cmolc,dm3 dispensam a adubação potássica.
As adubações de cobertura nas plantas jovens devem ser feitas em círculos, com 10 a 20 cm de largura, estando 20 a 40 cm distante da muda. No bananal adulto, os adubos são distribuídos em meia-lua, em frente e distante 40 a 50 cm da planta-filha ou da planta-neta. Em terrenos inclinados, a adubação deve ser feita em meia-lua, do lado de cima da cova. Deve-se ressaltar que toda aplicação de adubos deve ocorrer em períodos de boa umidade do solo, de modo a facilitar o aproveitamento dos nutrientes.
Em plantios irrigados, recomenda-se fazer a irrigação após a adubação. Sugere-se também fazer, anualmente, a análise química do solo, para verificar os teores de nutrientes, que devem permanecer adequados durante o ciclo da planta (mãe–filho–neto).
José Luis da Silva Nunes
Engenheiro Agrônomo, Dr. em Fitotecnia
Fonte
BORGES, A.L. et al. A cultura da banana. 3. Edição (revisada e ampliada). Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical. Brasília, DF : Embrapa Informação Tecnológica, 2006. 110 p. (Coleção Plantar, 56).