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Origem e evolução da bananeira

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Foto: Divulgação

Origem

A maioria das cultivares de banana originou-se no continente asiático, tendo evoluído a partir das espécies diplóides selvagens Musa acuminata e M. balbisiana. Apresenta três níveis cromossômicos distintos: diplóide, triplóide e tetraplóide, os quais correspondem, respectivamente, a dois, três e quatro múltiplos do número básico ou genoma de 11 cromossomos (x = n). A origem de bananeiras triplóides, a partir de diplóides, e de tetraplóides, a partir de triplóides, é constatada por meio de cruzamentos experimentais.

Evolução

Na evolução das bananeiras comestíveis tomaram parte principalmente duas espécies diplóides selvagens: M. acuminata e M. balbisiana, de modo que cada cultivar deve conter combinações variadas de genomas completos das espécies parentais. Esses genomas são denominados pelas letras A (M. acuminata) e B (M. balbisiana), de cujas combinações resultam os grupos AA, BB, AB, AAA, AAB, ABB, AAAA, AAAB, AABB e ABBB. Além disso, M. schizocarpa também contribuiu para a formação de algumas cultivares híbridas na Nova Guiné. Nessa ilha é possível, portanto, a ocorrência de combinações como AS e ABBS.

 evolução dessas espécies processou-se em quatro etapas, repetidas em várias épocas. A primeira etapa constou da ocorrência de partenocarpia por mutação em M. acuminata (AA), ou seja, a capacidade de gerar polpa sem a produção de sementes. Em sua forma original, os frutos de bananeiras possuem grande número de sementes duras, que dificultam o seu consumo. Com base nos conhecimentos atualmente disponíveis, supõe-se que a partenocarpia ocorreu apenas em M. acuminata. Por conseguinte, as cultivares mais antigas foram diplóides do grupo AA.

O número dessas cultivares pode ser ampliado por meio de cruzamentos espontâneos entre si ou com outras formas selvagens da mesma espécie. A segunda etapa caracterizou-se pela hibridação entre cultivares do grupo AA e plantas selvagens de M. balbisiana (BB), produzindo híbridos diplóides do grupo AB, hoje raros.

A terceira e quarta etapas da evolução são admitidas com base na capacidade de várias bananeiras e de alguns híbridos de gerar, em baixa frequência, células-ovo viáveis, sem meiose típica, com a mesma constituição cromossômica e genética da planta-mãe, seja esta diplóide ou triplóide. Por meio de cruzamentos espontâneos envolvendo pólens das espécies parentais (M. acuminata e M. balbisiana) ou de cultivares do grupo AA, com genótipos dos grupos AA e AB portadores de sacos embrionários diplóides, foi possível a evolução de triplóides dos grupos AAA, AAB e ABB, pela adição do número básico x (A ou B). Da mesma forma, os tetraplóides dos grupos AAAA, AAAB, AABB e ABBB evoluíram a partir dos três grupos triplóides.

Distribuição geográfica

A bananeira é uma planta tipicamente tropical, cujo bom desenvolvimento exige calor constante, elevada umidade e boa distribuição de chuvas. Essas condições são registradas na faixa compreendida entre os paralelos de 30° de latitude norte e sul, nas regiões onde as temperaturas situam-se entre os limites de 15°C e 35°C. Há, entretanto, a possibilidade de seu cultivo em latitudes acima de 30° de latitude norte e sul, desde que a temperatura e o regime hídrico sejam adequados. Devido à sua ampla adaptação, é cultivada em quase todos os países tropicais. No Brasil, a bananeira é cultivada de norte a sul, envolvendo desde a faixa litorânea até os planaltos interioranos.

 

José Luis da Silva Nunes

Engenheiro Agrônomo, Dr. em Fitotecnia

Fonte

DANTAS, J.L.L; FILHO, W.S.S. Classificação botânica, origem e evolução. In: Banana. Produção: aspectos técnicos. CORDEIRO, Z.J.M  (Organizador). Brasília: Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia, 2000. 143p.

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