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Cultivares de bananeiras

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Foto: Pixabay

As variedades de banana mais difundidas no Brasil são: Prata, Pacovan, Prata Anã, Maçã, Mysore, Terra e D’Angola, do grupo AAB, utilizadas unicamente para o mercado interno; e Nanica, Nanicão e Grande Naine, do grupo AAA, usadas principalmente para exportação. Em menor escala, são plantadas a ‘Ouro’ (AA), a ‘Figo Cinza’ e a ‘Figo Vermelho’ (ABB), a ‘Caru Verde’ e a ‘Caru Roxa’ (AAA). As variedades Prata, Prata Anã e Pacovan são responsáveis por aproximadamente 60% da área cultivada com banana no Brasil.

As numerosas variedades de banana existentes no Brasil, quando são levados em conta fatores tais como a preferência dos consumidores, a produtividade, a tolerância a pragas e doenças, a resistência à seca e ao frio e o porte da planta, poucas cultivares apresentam um potencial agronômico que as torne indicadas para fins comerciais. Mais reduzido ainda é o número das cultivares que produzem frutos com as necessárias características para exportação.

Subgrupo Gros Michel

É representado pelas cultivares Gros Michel, Highgate e Lowgate.

Cultivar Gros Michel

É originária da Malásia, sendo também conhecida pelos nomes de Cuyaco (Venezuela), Guineo, Habano (Colômbia), Gros Michel (Trinidad e Tobago, e Jamaica), Guineo Gigante e Guará (Porto Rico) e Blue Fields (Havaí). É a variedade de bananeira mais robusta e mais desenvolvida, e seu porte pode chegar a 8 m de altura. Por causa de sua suscetibilidade ao mal-do-panamá, a Gros Michel tem sido substituída nos plantios comerciais pelas cultivares do subgrupo Cavendish. Apresenta as seguintes características:

Pseudocaule - É verde-amarelado com manchas escuras. As bainhas internas têm uma coloração rosada, diferente do tom vermelho apresentado pelo subgrupo Cavendish . A planta é alta, ultrapassando 4 m de altura. A parte superior do pseudocaule (bainha e pecíolo) apresenta uma capa cerosa.

Pecíolo e limbo - A relação foliar (comprimento/largura da folha) situa-se entre 2,84 e 3,63. A base do canal peciolar é aberta. A cor do pecíolo e da nervura varia entre verde-clara e amarelo-esverdeada. O pecíolo é medianamente ceroso.

Cacho - É cilíndrico, pesa de 28 kg a 41 kg e possui de 9 a 10 pencas compactas, que apresentam de 16 a 23 dedos, cujo total se eleva de 142 a 199 dedos/cacho. Os frutos são doces, de tamanho grande (comprimento cinco ou mais vezes maior que a largura), medem de 16,4 cm a 24,2 cm e pesam entre 121 e 230 gramas. São curvos, com ápice em forma de gargalo de garrafa; apresentam coloração amarela forte ao amadurecer. As brácteas das flores masculinas são púrpuras e decíduas. A ráquis é verdeamarela, pilosa, com cicatriz proeminente. Sua parte masculina exibe acentuado geotropismo positivo. O coração tem ápice agudo e ombro alto.

Comportamento - O ciclo vegetativo varietal está compreendido entre 11,5 e 15 meses, sendo de 8 a 10,5 meses o período que vai do plantio ao florescimento, e de 3 a 3,5 meses, o do florescimento à colheita. A cultivar produz de 38 a 47 folhas e entre 11 e16 filhos durante o ciclo. A planta é suscetível à sigatoka-amarela, ao moko e ao mal-do-panamá.

Cultivar Highgate

Trata-se de um mutante anão da Gros Michel, também conhecido pelo nome de Cocos. Produz plantas fortes e resistentes ao vento, porém com dedos relativamente mais curtos.

Subgrupo Cavendish

É formado por um conjunto de cultivares muito suscetíveis a mutações, cujos frutos são delgados, longos e encurvados, além de apresentarem paladar muito doce quando maduros. O subgrupo originou-se por mutação da cultivar Pisang Masak Hijau ou Lacatan. Uma das variações mais importantes do subgrupo Cavendish está relacionada com o porte das plantas. Baseando-se nessa característica, Shepherd, 1984, classificou as cultivares em cinco categorias:

• porte muito baixo: Nanica ou Dwarf Cavendish;

• porte baixo: Grand Naine e Williams Hybrid ou Giant Cavendish;

• porte médio-baixo: Nanicão, Burron e Valery;

• porte médio: Poyo e Robusta;

• porte alto: Lacatan.

Apesar de apresentarem portes distintos, as componentes desse subgrupo nem sempre são bem diferenciadas. As cultivares Poyo, das Antilhas Francesas; Valery, da América Central e Robusta da Jamaica, por exemplo, praticamente não apresentam diferenças (Las Variedades, 1965). São quatro as mutações economicamente importantes: Dwarf Cavendish, Giant Cavendish, Robusta ou Valery e Lacatan. Sua classificação pode ser feita segundo parâmetros de altura, relação foliar (comprimento/largura de folha) e retenção das brácteas da seguinte forma:

• plantas com brácteas persistentes (total ou parcial);

• plantas-anãs, relação foliar 1,8-2,2 - Dwarf Cavendish;

• plantas semi-anãs, relação foliar 2,1- 2,6 - Giant Cavendish;

• plantas com brácteas decíduas;

• plantas medianamente altas;

• plantas medianamente altas, relação foliar 2,3, 3,1 – Robusta;

• plantas altas, relação foliar 3,0-4,7 - Lacatan.

Cultivar Nanica

A cultivar Nanica é a mais disseminada no mundo; é plantada em larga escala nas Ilhas Canárias, área mediterrânea oeste da África, Ilha Samoa, Austrália e Brasil. Também é conhecida pelos seguintes nomes: Pineo Enano (Venezuela), Pigmeo (Colômbia), Banana-d’água, Caturra e Nanica (Brasil), Governo (Trinidad e Tobago), Figue Chinoise (Haiti), Guineo Enano (Porto Rico), Chino (Jamaica) e Dwarf Cavendish (Austrália). Apresenta as seguintes características:

Pseudocaule - De altura variável entre 1,5 m e 2 m, com manchas que vão do castanho ao preto sobre fundo verde-oliva. As bainhas, especialmente as dos filhos, têm tonalidade vermelha. A parte superior do pseudocaule (bainha e pecíolo) é marcadamente cerosa.

Pecíolo e limbo - A relação foliar oscila de 1,00 a 2,15. A cor do pecíolo e da nervura central varia entre verde-clara e amarelo-esverdeada pálido, coberto por cerosidade. As folhas são verde-escuras na face superior e verde-claras na inferior, em virtude da cerosidade.

Cacho - Apresenta forma cônica, com peso médio variando de 25 kg a 45 kg, e os frutos da primeira penca são dispostos de maneira desordenada. O cacho possui de 10 a 13 pencas, com 16 a 34 frutos por penca, num total de 150 a 272 dedos. O fruto, cujo comprimento é cinco ou mais vezes maior que a largura, mede de 14 cm a 25 cm e pesa de 87 a 260 gramas. Possui ápice arredondado, pedicelo mediano e cor amarelo-esverdeada ao amadurecer. Sua polpa varia do branco-cremoso ao amarelo-pálido; possui agradável sabor doce. As brácteas masculinas são persistentes, de cor púrpura por fora e amarelo-pálida por dentro. O coração apresenta ápice agudo e ombro alto.

Pedúnculo ou engaço - Apresenta cor variável do amarelo-esverdeado-pardo ao amarelo-esverdeado-escuro e é muito piloso. A ráquis, muito pilosa, tem cor entre o amarelo-esverdeado pardacento ao verde-esmeralda. As cicatrizes das brácteas são proeminentes. A parte masculina da ráquis apresenta-se coberta por vestígios florais, com brácteas persistentes e geotropismo positivo.

Comportamento - O seu ciclo vegetativo é de 11 a 12,5 meses, sendo que do plantio ao florescimento transcorrem de 7,5 a 8,5 meses, e do florescimento à colheita, de 3,5 a 4,0 meses. Oscila entre 33 e 45 o número de folhas emitidas do plantio ao florescimento. Durante o ciclo a planta produz de 9 a 17 filhos. A bananeira Nanica apresenta resistência ao moko superior à das demais cultivares do subgrupo Cavendish. Por sua vez, é suscetível à sigatoka-amarela e à sigatokanegra, e ao nematóide cavernícola, tolerante ao mal-do-panamá e, medianamente, suscetível à broca. É, entretanto, muito atacada pela traça-da-bananeira. Em situações de seca e baixa temperatura ambiente, apresenta problemas de engasgamento.

Cultivar Nanicão

É uma mutação da cultivar Nanica que ocorreu no estado de São Paulo. Suas principais características são:

Pseudocaule - tem porte variável entre 3,0 m e 3,5 m de altura. O pseudocaule apresenta coloração idêntica à da cultivar Nanica.

Pecíolo e limbo - As folhas são semelhantes às da Nanica, tendo a mesma coloração e uma roseta foliar mais descompactada. A relação foliar situa-se entre 2,01 e 2,90; e a base do canal peciolar é aberta.

Cacho - O cacho é cilíndrico, de porte médio a grande, com peso entre 25 kg e 50 kg. Produz de 10 a 15 pencas, com 16 a 34 frutos por penca, totalizando 150 a 290 dedos. Os frutos com 15 cm a 26 cm de comprimento pesam entre 90 g e 290 g, e são mais curvos que os da Nanica. A ráquis apresenta uma pequena porção de brácteas persistentes (menor que a da Nanica), cobrindo em torno de 50% das flores masculinas. A sua porção inicial, em forma de “S”, é desprovida de frutos masculinos nos primeiros 10 cm a 30 cm. Comportamento - A cultivar apresenta ciclo vegetativo de 11 a 13 meses, sendo que do plantio ao florescimento transcorrem de 7,5 a 8,5 meses, e do florescimento à colheita, de 3,5 a 4,5 meses. É suscetível à sigatoka-amarela, à sigatoka-negra e ao nematóide cavernícola; é tolerante ao maldo-panamá; e medianamente suscetível à broca. Pelo fato de possuir grande parte das brácteas decíduas, é menos resistente ao moko do que Nanica.

Cultivar Grand Naine

É a bananeira mais cultivada na Martinica. Apresenta porte intermediário entre a Nanica e a Nanicão. Segundo As cultivares Giant Cavendish, Grand Naine e Williams Hybrid constituem um único clone. As principais características são:

Pseudocaule - A cultivar cresce até uma altura variável entre 2,0 e 3,0 metros. Comparada com a Nanica, apresenta uma roseta foliar menos compacta; a cor do pseudocaule, entretanto, é idêntica.

Pecíolo e limbo - A parte superior da planta (bainha-pecíolo) é marcadamente cerosa. A relação foliar situa-se entre 2,01 e 2,65. O canal do pecíolo é aberto. A cor do pecíolo e da nervura central varia entre o verde-claro e o amarelo-pálido esverdeado. Tanto o pecíolo como o limbo, na parte inferior das folhas, possuem cerosidade.

Cacho - O cacho apresenta forma ligeiramente cônica. Pesa de 31 kg a 40 kg, possui de 9 a 11 pencas, com 12 a 31 dedos cada uma O número total de frutos por cacho oscila entre 145 e 197. O fruto tem porte entre mediano e grande (comprimento cinco vezes maior que o diâmetro), mede de 16 cm a 25 cm e pesa de 95 g a 260 g. Apresenta ápices arredondados e pedicelos curtos. O sabor da polpa madura é idêntico ao da Nanica. A cor do pedúnculo ou engaço varia entre o amarelo-esverdeado pardacento e verde-claro. A ráquis tem cor e pilosidade semelhantes às da Nanica, com cicatrizes proeminentes, geotropismo positivo e alguma curvatura. As brácteas são de tom púrpura por fora e amarelo-esverdeado pálido por dentro. As que se situam a partir da metade da ráquis masculina até o coração são persistentes. O coração tem ápice agudo e ombro alto.

Comportamento - O ciclo vegetativo é de 10,5 a 12 meses, com um período de 7 a 8 meses entre o plantio e o florescimento, e de 3,5 a 4 meses, do florescimento à colheita. A Grand Naine registra um dos melhores rendimentos, dentre as cultivares de exportação, além de apresentar resistência ao acamamento provocado pelos ventos. Em contraposição, é muito suscetível ao nematóide cavernícola e ao moko, bem como à sigatoka-amarela, à sigatoka-negra e ao mal-do-panamá (raça 4).

Cultivar Williams Hybrid

É cultivada em maior escala na Austrália e em Honduras, sendo também conhecida como Giant Cavendish. Não apresenta diferença significativa em relação à Grand Naine. Possui porte intermediário entre a Nanica e a Nanicão. As folhas são mais eretas que as da Nanicão. Os cachos podem atingir o peso de 25 kg a 50 kg e produzir de 7 a 14 pencas, com 100 a 300 dedos por cacho. A cultivar é pouco afetada por níveis baixos de temperatura, raramente apresentando sinais de chilling. No que concerne à resistência às enfermidades, seu comportamento é semelhante ao da Nanicão.

Cultivar Valery

A cultivar Valery, da América Central, é a mesma Poyo, das Antilhas Francesas e a Robusta da Jamaica. Nos anos 60, substituiu a Gros Michel nos plantios para exportação, em virtude da suscetibilidade desta última cultivar ao mal-do-panamá. Na Martinica e na Venezuela é chamada de Pineo, na Jamaica, de Robusta e nos países de língua francesa, de Poyo. Atinge quase a mesma altura da Nanicão; possui pseudocaule mais fino, folhas mais largas e mais eretas, pencas mais separadas e bananas mais compridas e mais curvas que a Nanica. As principais características são:

Pseudocaule - Apresenta porte mediano (2,5 m a 4 m), com manchas escuras que variam de pretas a castanhas. As cores verde-amarela e verde se destacam mais nestes clones do que na Nanica. As bainhas internas apresentam tonalidade vermelho-brilhante.

Pecíolo e limbo - Na parte superior do pseudocaule (bainha e pecíolo), podese observar a presença de cera. A relação foliar situa-se entre 2,3 e 3,1; a base do canal peciolar é aberta. Em geral, a cor dos pecíolos e nervuras centrais das folhas desses clones varia entre o verde-claro e o amarelo-pálido esverdeado.

Cacho - O peso do cacho oscila entre 30 kg e 40 kg. Produz de 9 a 11 pencas, com 15 a 25 dedos por penca, totalizando de 173 a 189 dedos. Os dedos medem de 16 cm a 28cm e pesam entre 115 g e 250 g. As brácteas das flores masculinas são decíduas, de cor gris-púrpura, mate por fora e vermelho com amarelo-pardo por dentro. O coração apresenta ombro alto e ápice agudo. As brácteas se enrolam após a abertura. O engaço possui cor que vai do amarelo-esverdeado pardacento ao verde-oliva; apresenta pilosidade. A ráquis é pilosa; sua cor varia entre o verde-amarelo e o verde-oliva pardacento, com ligeiro geotropismo negativo em sua parte masculina. As cicatrizes são proeminentes.

Comportamento - O ciclo vegetativo varia de 10,5 a 14 meses. Do plantio ao florescimento transcorrem de 7 a 10 meses; do florescimento à colheita o período é de 3,5 a 4 meses. São produzidas de 36 a 42 folhas durante o ciclo da planta. A cultivar Valery é suscetível ao moko, à sigatoka-amarela e à sigatoka-negra, bem como ao nematóide cavernícola. Cultivar Lacatan Também chamada de Filipino, distingue-se por produzir plantas mais altas e vigorosas que a Nanicão. A Lacatan substituiu a Gros Michel, por sua vez, substituída pela Robusta (Valery), em virtude de problemas de acamamento. É considerada um clone inicial do subgrupo que gerou todos os demais. Poderia, portanto, ser chamada não só de Nanicão-alta, como destes outros nomes pelos quais é conhecida em diferentes países: Gigante (Venezuela), Mestiço (Brasil), Giant Fig (Trinidad e Tobago), Lacatan (Jamaica), Monte Cristo (Porto Rico) e Hamakua (Havaí). Em relação às demais cultivares do subgrupo que integra, a Lacatan apresenta a desvantagem do seu porte elevado. Outras características são:

Pseudocaule - As cores são semelhantes às dos demais clones do subgrupo Cavendish, com as manchas características. Há, no entanto, maior predomínio do verde-amarelo e do verde propriamente dito. Trata-se de plantas altas que facilmente ultrapassam 3,5 m de altura.

Pecíolo e limbo - A relação foliar desta cultivar varia entre 3,06 e 3,48; o canal do pecíolo e do limbo é aberto. A cor do pecíolo e da nervura central varia entre o verde-claro e o amarelo-esverdeado, com alguma cerosidade.

Cacho - É cilíndrico, com peso variável entre 36 kg e 57 kg. O número de pencas é de 8 a 11, com 16 a 20 dedos cada uma, apresentando de 139 a 219 dedos por cacho. Os frutos medem de 17,3 cm a 25,6 cm de comprimento; seu comprimento é cinco vezes maior que sua largura; e pesam de 130 g a 279 g. São menos curvos que os das outras cultivares Cavendish, possuem ápices arredondados, pedicelos curtos, cor verde-amarelado e polpa doce ao amadurecer. As brácteas são decíduas. O engaço apresenta coloração verde-oliva; é medianamente piloso (pêlos médios a curtos). A ráquis apresenta curva acentuada em forma de “S” na parte inicial, cor variável entre verde e verde-clara, e a parte superior pilosa (pêlos médios a curtos). À medida que se vai aproximando de seu extremo inferior, o número de pêlos diminui. A parte masculina desta cultivar apresenta acentuado geotropismo positivo. O coração vai diminuindo e na colheita estará reduzido ao tamanho de um ovo de galinha.

Comportamento - O ciclo varia de 12 a 14 meses. O florescimento ocorre entre 8,5 e 10 meses; desta última até a colheita transcorrem de 3,5 a 4 meses. O número de folhas emitidas até o florescimento oscila em torno de 37. A cultivar é suscetível ao moko, à sigatoka-amarela e ao nematóide cavernícola.

Subgrupo Terra

As cultivares deste subgrupo são também conhecidas por Plátanos ou Plantains. Apresentam pseudocaule verde-claro, arroxeado, com pequenas manchas marrom-escuras próximas à roseta foliar. As margens dos pecíolos e das folhas são vermelhas. Possuem frutos grandes que são consumidos fritos ou cozidos, devido ao alto teor de amido. Podem apresentar cachos tipo French, False Horn e True Horn, sendo que os do primeiro tipo são completos e os do terceiro apresentam reduzida fase masculina com o cacho terminando com um fruto. O porte pode ser alto, médio e baixo, destacando-se as cultivares Terra ou Maranhão, Terrinha e D’Angola (Comprida ou Ringideira). Geralmente, o rizoma tende a elevar-se à superfície do solo, reduzindo a fixação das plantas. Por esta razão, as variedades deste subgrupo que apresentam porte alto necessitam de escoramento na fase de produção.

Cultivar Terra

Pseudocaule - É uma bananeira de porte alto com 4 m a 5 m de altura. Embora tenha pseudocaule vigoroso, com 40 a 50 centímetros de diâmetro na base, é comum o uso de escoras em seu cultivo.

Pecíolo e Limbo - As folhas são grandes, pouco espessas e ásperas ao tato. As margens do pecíolo e da folha são vermelhas.

Cachos - Os cachos pesam em média 25 kg, podendo alcançar 50 kg a 60 kg, apresentam frutos quase eretos que, devido à curvatura peduncular, ficam voltados para o alto. A curvatura diminui progressivamente em direção às últimas pencas que ficam praticamente na posição horizontal. As bananas apresentam quinas bem definidas apesar de ficarem quase roliças na parte mediana. A casca, de cor verde-clara, descorada, solta-se com facilidade quando madura. O fruto tem quinas tortas, casca amarelo-pálida e grossa. A polpa é levemente rosada, amilácea e firme. A ráquis masculina é revestida de flores que caem com facilidade, durante o enchimento dos frutos. O coração fica reduzido, no final, a um aglomerado de brácteas secas.

Comportamento - Apresenta ciclo muito longo (plantio ao florescimento - 490 dias). É muito exigente em nutrientes e por isso as folhas ficam necrosadas prematuramente. Sob condições favoráveis de cultivo ou se for irrigada, apresenta uma boa produtividade, que pode atingir de 30 a 35 t/ha/ciclo.

Cultivar D’Angola

Pseudocaule - É do tipo chifre falso (False Horn). Apresenta coloração da planta idêntica à da cultivar Terra, porém tem porte bem mais reduzido (± 3m) e menor ciclo de produção (um ano, aproximadamente).

Cacho - apresenta um número muito reduzido de dedos que são grandes e pesam em torno de 400 g. A primeira penca tem, em média, 8 dedos enquanto a última apresenta um único dedo. A fase masculina é imediatamente abortiva. Apresenta frutos que são usados cozidos ou fritos e com polpa mais firme do que a da banana Terra. É conhecida vulgarmente como Sete Pencas. O potencial de produtividade é baixo, girando em torno de 15 a 20 t/ha/ciclo em condições favoráveis de cultivo. Não requer escoramento, permitindo reduzir os custos de produção.

Cultivar Terrinha

É uma variação da cultivar Terra em que ocorreu redução do porte e do tamanho dos frutos.

 

José Luis da Silva Nunes

Engenheiro Agrônomo, Dr. em Fitotecnia

Fonte

BORGES, A.L. et al. A cultura da banana. 3. Edição (revisada e ampliada). Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical. Brasília, DF : Embrapa Informação Tecnológica, 2006. 110 p. (Coleção Plantar, 56).

SILVA, S.O. Cultivares de banana para exportação. In: Banana. Produção: aspectos técnicos. CORDEIRO, Z.J.M  (Organizador). Brasília: Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia, 2000. 143p.

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