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Colheita da banana

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Foto: Seane Lennon

No Brasil, os critérios que norteiam a colheita dos cachos de banana são geralmente empíricos, sobretudo quando o produto destina-se ao mercado local. No caso das cultivares Prata e Maçã, um dos principais indicadores de que os frutos atingiram o pleno desenvolvimento fisiológico é o desaparecimento das quinas ou angulosidades da sua superfície, podendo-se então colher o cacho. Esse indicador, entretanto, não é válido para as cultivares Terra, Figo-cinza, Figo-vermelho ou Marmelo, uma vez que nos frutos dessas variedades, mesmo quando maduros, as angulosidades permanecem salientes.

Nesse caso, deve-se proceder à colheita quando os frutos localizados no meio do cacho apresentarem desenvolvimento máximo do seu diâmetro. Sabe-se que a partir de determinado período de sua emissão, o cacho pode ser colhido em diversos estádios de desenvolvimento dos frutos, conforme a conveniência ditada pela distância entre o cultivo e o mercado consumidor ou o destino final do produto. Tendo presente o fato de que bananas e plátanos são produtos que requerem bastante cuidado na colheita, é preciso conhecer e levar em conta alguns aspectos morfológicos e fisiológicos do desenvolvimento desses frutos a que se dá o nome de grau de corte.

Os critérios de medição do grau de corte para a colheita dos frutos têm variado ao longo do tempo, em virtude dos sistemas de cultivo, colheita, embalagem, transporte e comercialização adotados, embora tais critérios tenham-se orientado sempre para a consecução de formas de medição seguras que maximizem o rendimento do fruto sem os riscos de uma maturação prévia. Esses métodos fundamentam-se no seguinte:

• O grau fisiológico de maturidade do fruto; 

• O diâmetro do fruto por idade;

No método fundamentado no grau fisiológico, a colheita do fruto baseia-se na sua aparência fisiológica. Esse método tem sido utilizado em frutos destinados a mercados locais e mercados externos pouco exigentes. Apresenta o inconveniente de não permitir a quantificação do grau de engrossamento do fruto, o que gera sérios erros de apreciação e perdas importantes na colheita por corte antecipado ou maturação avançada.

A colheita do fruto sem a observância de uma metodologia orientada para o controle da idade do cacho resulta na inclusão, na mesma caixa, de frutos com diferenças de idade de até 50 dias. A idade de corte do cacho com vistas ao seu melhor aproveitamento nem sempre é a mesma, podendo variar de acordo com uma série de fatores. Também considera como calibre ótimo aquele em que o índice de frutos descartados por maturação e engrossamento situa-se entre 1% e 2%.

De modo geral, as bananas e plátanos são colhidos com base em padrões visuais de desenvolvimento. O cacho pode ser colhido em diversos estágios de desenvolvimento dos frutos, mas, para isso, é preciso levar em consideração certos aspectos morfológicos e fisiológicos, referentes ao grau de corte. Esse é determinado por meio de três métodos:

- grau fisiológico de maturidade;

- diâmetro do fruto;

- diâmetro do fruto por idade.

No primeiro método, a colheita do cacho baseia-se na aparência morfofisiológica dos frutos. Esse processo, considerado empírico, é utilizado quando os frutos se destinam ao mercado local ou a mercados externos pouco exigentes.

O método do diâmetro do fruto baseiase na correlação existente entre o diâmetro do fruto central da segunda penca e o grau de corte, fazendo-se a medição com calibrador. O método do diâmetro do fruto por idade considera o momento em que o cacho emite a última penca, e, com base no conhecimento das características, da época da brotação, da floração e da frutificação da bananeira, estabelece-se a época da colheita do cacho, em semanas (12, 14 ou 16 semanas). Nos cultivos para exportação, a colheita se faz com base nestes dois últimos métodos.

Nos plantios de variedades de porte semi-alto a alto (Nanicão, Mysore, Prata, Pacovan e Terra), a colheita deve ser efetuada por duas pessoas. Uma, corta parcialmente o pseudocaule a meia altura entre o solo e o cacho, enquanto a outra segura o cacho pela raque masculina ou o apóia sobre o ombro, para que não toque o solo. A primeira corta, então, o engaço, e o cacho é transportado para o carreador ou até o cabo aéreo. Nas variedades de porte baixo a médio e de cachos leves (Figo Anão, D’Angola), a colheita é mais fácil, bastando uma pessoa. Mas se o cacho for pesado, a colheita precisa ser feita por duas pessoas, mesmo com a variedade Nanica, cujo porte geralmente não ultrapassa 1,50 m de altura.

 

José Luis da Silva Nunes

Engenheiro Agrônomo, Dr. em Fitotecnia

Fonte

BORGES, A.L. et al. A cultura da banana. 3. Edição (revisada e ampliada). Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical. Brasília, DF : Embrapa Informação Tecnológica, 2006. 110 p. (Coleção Plantar, 56).

MEDINA, V.M.; ALVES, E.J. Colheita e pós-colheita. In: Banana. Produção: aspectos técnicos. CORDEIRO, Z.J.M  (Organizador). Brasília: Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia, 2000. 143p.

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