Europeus não querem cortar uso de defensivos: ENTENDA
Estados-membros da UE alegam que a invasão russa da Ucrânia mudou tudo
Espanha e Polônia estão liderando um movimento com diversos estados-membros da União Europeia (UE) para reverter a decisão do bloco de reduzir o uso de defensivos agrícolas pela metade até 2030. Os países apelam a uma “nova avaliação do impacto” da proposta da Comissão Europeia (CE), o órgão executivo da UE, em função das preocupações sobre a segurança alimentar.
Por sua vez, a CE permanece firme em sua meta “Farm to Fork”, revela o portal Euractiv. A proposta do executivo europeu, proposta na metade deste ano, prevê que cada estado-membro defina seus próprios objetivos de redução, que devem convergir para uma diminuição total de 50% nos pesticidas utilizados na UE nos próximos oito anos.
A proposta da CE, exposta no último mês de agosto, chocou alguns países do bloco porque implicaria cortes superiores a 60% para atingir o objetivo global da UE. Em função disso, os estados-membros contrários alegam que a invasão russa da Ucrânia mudou completamente o cenário de ameaça à segurança alimentar.
“Pelo bem da qualidade da legislação, peço à Comissão Europeia que realize uma nova avaliação de impacto confiável, levando em conta os efeitos da guerra na Ucrânia, e reexamine as soluções jurídicas propostas”, disse o secretário de Estado polonês, Ryszard Bartosik. Segundo ele, a ênfase deve ser “garantir a segurança alimentar dos cidadãos da UE e preservar a soberania alimentar”.
Vários outros estados-membros se uniram ao apelo da Polônia, incluindo Hungria, Áustria e Romênia, o último dos quais apontou que a UE não pode se dar ao luxo de reduzir a produtividade no contexto atual. “Uma solução matemática simples não pode resolver todos os problemas que temos agora na agricultura”, alertou o ministro da Agricultura romeno, Petre Daea, referindo-se à fórmula contestada.