“Desafio é mudar o mindset sobre bioinsumos”: ENTREVISTA
Biossoluções podem contribuir para uma melhor comunicação e imagem do agronegócio
A UPL anunciou Thales Facanali Martins para liderar a gerência de marketing de biocontrole da empresa no Brasil. A gigante de agroquímicos mira o mercado de produtos biológicos, que vem aumentando significativamente ano após ano no país. Nesta entrevista, publicada originalmente no portal especializado AgroPages, o executivo fala sobre o mercado atual, seus objetivos, planos e perspectivas, confira:
Qual será seu principal objetivo como novo gerente de biocontrole?
Tenho vários desafios a serem executados nessa nova trajetória, contudo posso listar os dois primeiros e principais. O primeiro é contribuir tecnicamente para uma mudança de "mindset" dentro da organização, principalmente da nossa força no campo, para entregar ao agricultor uma proposta de valor clara do uso de bioinsumos associados ao uso consciente de defensivos químicos, benefícios que vão além da sustentabilidade, entregando eficiência no manejo integrado e rentabilidade para o agricultor. Uma vez clara a oferta do manejo regenerativo, com o uso de biosoluções integradas ao portfólio para mitigar problemas futuros e os resultados na lavoura, esse conceito será demandado cada vez mais. O segundo desafio será incorporar novos produtos de biocontrole, agregando assim ao forte portfólio químico que a companhia já tem. Entre esses novos produtos estão alternativas de manejo, pensando na rotação de produtos, na mitigação de resistência das moléculas químicas e em maior rentabilidade ao produtor.
Quais são os planos e metas da UPL para esse segmento?
A UPL tem grandes planos para o segmento de biosoluções. Por exemplo, Natural Plant Protection (NPP), empresa do grupo criada em agosto do ano passado, chegou para estruturar e potencializar todo o portfólio de produtos naturais que já eram comercializados. Já somos a líder neste segmento globalmente, temos uma meta ambiciosa de sermos reconhecidos como a principal empresa parceira do produtor com soluções integradas. E, para isso, estamos investindo muito em pessoas e estrutura para proporcionar soluções inteligentes por meio de muita pesquisa e qualificação técnica da nossa equipe.
Como o marketing das biossoluções pode contribuir para uma melhor comunicação e imagem do agronegócio perante a sociedade?
A comunicação sobre o uso de biosoluções – principalmente em relação aos seus benefícios para o agricultor, para a sociedade e para o meio ambiente – é vital nesse processo de amadurecimento e conscientização dessa ferramenta como algo eficaz e sustentável. A sociedade precisa saber que existem usos de tecnologias mais sustentáveis, mais modernas e que possibilitam um menor impacto ambiental, atingindo os mesmos tetos produtivos, ou até mesmos superiores que com o manejo tradicional. A imagem do agricultor perante a sociedade pode se beneficiar muito com o uso dessas ferramentas para mitigar impactos ambientais, com a utilização de forma consciente dos defensivos químicos e a diminuição do uso de fontes não renováveis para atingir um sistema de produção regenerativo.
Que tamanho pode ter esse mercado no Brasil?
Atualmente, estima-se que esse mercado no Brasil tenha chegado a patamares de U$ 2,3 bilhões em 2021 e poderá chegar a U$ 7,1 bilhões em 2026, correspondendo a cerca de quase 40% do valor do mercado global. Isso só é possível em razão da taxa de crescimento do mercado como um todo, de aproximadamente 22%, quase o dobro do que o mercado global cresce.
Quais são os próximos passos e novidades a serem apresentadas?
Teremos muitas novidades para este e os próximos anos. Já estamos com 15 novos produtos engatilhados para lançarmos nos próximos anos. Em 2022, iremos lançar um produto de última geração no mercado de biocontrole. Esse produto foi desenvolvido para sanar muitas das dores do produtor em uma formulação inovadora, podendo ser adicionado em seu manejo com todos os benefícios de um produto biológico. Além disso, haverá o lançamento de outra inovação para a cultura da cana-de-açúcar: um fisioativador de alta performance que vai ajudar a aumentar a rentabilidade desta importante cultura.