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Farsul projeta crescimento de 2,2% para o RS em 2025

Presidente da Farsul destaca impacto das estiagens e enchentes no RS



Foto: Emerson Foguinho / Sistema Farsul

A Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) apresentou, na última segunda-feira (16), em Porto Alegre, o balanço do agronegócio gaúcho em 2024 e as perspectivas para 2025. Durante coletiva de imprensa, o presidente da entidade, Gedeão Pereira, destacou os desafios climáticos enfrentados pelo Estado nos últimos anos, incluindo as secas de 2022 e 2023 e a enchente de 2024, que comprometeram a produção agrícola.

Pereira ressaltou os esforços do setor para amenizar os impactos das estiagens, com investimentos em irrigação e licenciamento ambiental, além das negociações conduzidas pela Farsul para garantir melhores condições aos produtores prejudicados pelas enchentes de maio.

O economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz, apresentou os dados do agronegócio em 2024, enfatizando que não foi possível trazer projeções detalhadas para a safra devido às condições adversas dos últimos três anos. Segundo ele, a área colhida no estado teve uma queda de 2,7%, mas a produção total aumentou 30% em relação ao período anterior. “Sabemos que a área foi plantada, mas não podemos medir com precisão o nível tecnológico aplicado ou as condições dessa produção”, explicou.

Apesar da recuperação parcial na produção, Da Luz alertou para o impacto contínuo das estiagens e o empobrecimento do estado.  "O estado está empobrecendo, o gaúcho está mais pobre, isso precisa ficar claro. Existe cada vez mais atratividade para fora daqui do que para aqui, e são essas estiagens que estão fazendo isso", afirmou. Ele também destacou a região de Passo Fundo como um exemplo de estabilidade produtiva, com índices de produtividade acima da média estadual.

Outro ponto de destaque foi a contribuição do agronegócio para a arrecadação estadual. O setor responde por cerca de 25% do ICMS no Rio Grande do Sul. Da Luz também criticou as medidas federais, como o leilão do arroz, que poderiam prejudicar a arrecadação estadual e a competitividade dos produtores locais. “Nós não temos nada contra a importação. Nosso problema é o governo comprar um produto inferior e vender por preço abaixo do nosso custo de produção”, explicou.

Da Luz apontou ainda para os desafios econômicos de 2025, citando problemas estruturais nos financiamentos e negociações de dívidas dos produtores. "Vão vir sérios problemas em 2025 porque essas soluções do governo não ficaram bem-feitas", alertou.

Quanto ao cenário nacional, o economista destacou o elevado nível de gastos públicos. “Nossos gastos superaram o da pandemia, com o detalhe que não estamos em uma. Ali na frente está a inflação, e com ela aumento de juros. E com taxa de juro lá em cima, isso começa a trazer dificuldade, a inviabilizar o setor”, disse.

As projeções econômicas da Farsul apontam para um crescimento de 1,8% no PIB brasileiro em 2025, com alta significativa no primeiro trimestre, mas desaceleração ao longo do ano. Para o Rio Grande do Sul, espera-se um desempenho um pouco melhor, com crescimento de 2,2%, ainda refletindo os desafios enfrentados pelo agronegócio.

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