Área plantada de algodão deve crescer 20% no Brasil em 2017/18
Para a safra 2017/18, a perspectiva é de aumento de área no País
A área plantada de algodão deve crescer 20% no Brasil no ciclo 2017/18, para 1,13 milhão de hectares, o que representaria a maior extensão desde a temporada de 2011/12, projetou nesta quarta-feira a consultoria INTL FCStone, em relatório. A consultoria também apontou que o desempenho recorde das lavouras contribuiu para um aumento de 22% na produção brasileira de algodão em 2016/17, estimada pelo grupo em 1,57 milhão de toneladas.
Conforme a consultoria, a conclusão da colheita da safra 2016/17 de algodão nos principais Estados produtores mostrou um resultado positivo para os cotonicultores. A FCStone destacou que a produção se recuperou de um ciclo de clima desfavorável (2015/16) e que, mesmo com uma redução de 1,7% na área plantada em 2016/17, os rendimentos médios constatados “devem ser os maiores já observados pela cotonicultura brasileira”, citando a projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de média de 1.629 kg de pluma por hectare.
“Após os resultados do ciclo 2015/16 terem sido afetados pelo clima seco, em função do fenômeno meteorológico El Niño, o ano-safra atual 2016/17 apresentou evolução significativa da produtividade dos algodoais”, disse a consultoria.
Para a safra 2017/18, a perspectiva é de aumento de área no País. Em Mato Grosso, o plantio deve aumentar 15%, para 720,5 mil hectares, projetou a FCStone, traçando a previsão com base na expectativa da Associação Mato-Grossense dos Produtores de Algodão (Ampa). Para Mato Grosso do Sul, a expectativa é de que a área aumente 15%, para 33 mil hectares, aumento influenciado pelos rendimentos maiores observados no ciclo 2016/17, quando o clima foi benéfico no Estado.
Para a Bahia, a FCStone prevê incremento de 30% na área plantada, para 262 mil hectares, citando projeções da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), “caso se mantenham condições hídricas e ambiente favorável de preços para o cultivo e comercialização da fibra”.
Após se expandir em 2016/17, a área plantada do Maranhão deve manter-se estável no próximo ciclo, em 22,5 mil hectares, segundo a consultoria. “A boa qualidade da fibra e a rentabilidade da cotonicultura maranhense, devem, no entanto, contribuir para o avanço da cultura sobre a área de milho na safrinha”, ressaltou.
A FCStone cita ainda a expectativa da Associação Maranhense dos Produtores de Algodão (Amapa) de que a participação da área de algodão da segunda safra cresça de 16% para 37% do total, ganhando maior importância na rotação de culturas no sul maranhense ao avançar sobre a safrinha do milho.
Quanto ao algodão no Sudeste, a FCStone prevê aumento de 35% na área plantada em Minas Gerais, para 21,5 mil hectares. A consultoria cita a avaliação da Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa) de que o aumento será impulsionado pela melhora nos rendimentos médios das lavouras do Estado para 3.975 kg de algodão em caroço por hectare na temporada atual.
Para São Paulo, a consultoria projeta incremento de 214% no plantio, para 11 mil hectares, com base na avaliação da Associação Paulista dos Produtores de Algodão (Appa) de que uma produtividade média de 3.900 kg/ha de algodão em caroço deverá manter o otimismo dos cotonicultores locais e contribuir para um aumento de até 7,5 mil hectares na extensão cultivada com algodão no Estado.