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Cultivares de algodão

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Foto: Pixabay

Cultivares de algodoeiro se distinguem, pelo menos, por quatro características, que pesam na sua escolha para plantio:

a) porte e conformação da planta, o que condiciona adaptabilidade a diferente sistemas de produção;

b) duração e grau de determinação do ciclo produtivo, o que tem implicações na época de semeadura, exigências nutricionais e manejo da cultura;

c) rendimento no beneficiamento (porcentagem de fibra), fator de escolha que resulta da forma de comercialização do produto (em caroço ou pluma) pelo produtor;

d) resistência ou tolerância a doenças, ponto decisivo segundo o histórico ou probabilidade de ocorrência de patógenos na área a ser cultivada.

Acham-se disponíveis no Brasil numerosas cultivares, de órgãos públicos e empresas privadas, que se destacam em uma ou mais dessas características. O produtor deve escolher aquela que sobressai quanto à característica que julga mais importante para o seu sistema de produção, sem que, por outro lado, apresente deficiências graves, notadamente, suscetibilidade a doenças.

As principais características exigidas pelos produtores de algodoeiro, para uma cultivar a ser utilizada nos cerrados são:

- Produtividade elevada (200 a 300 arrobas.ha-1);

- Alto rendimento de fibras (38 a 41%);

- Ciclo normal a longo (150 a 180 dias de ciclo);

- Características tecnológicas modernas medidas em HVI (high volume instrument) incluindo: finura de 3,9 a 4,2 I.M;

- Resistência acima de 28 gf/tex;

- Maturidade acima de 82%;

- Teor de fibras curtas inferior a 7%;

- Comprimento de fibras acima de 28,5 mm;

- Número de neps na fibra inferior a 250;

- Fiabilidade acima de 2.200;

- Alongamento em torno de 7%.

As características extrínsecas devem ser correspondentes aos tipos 4,5 a 6,0 com refletância (Rd) acima de 70% e grau de amarelecimento (+b) menor que 10,0 e com índice de caramelização ou açúcar inferior a 0,40%.

São exigidas também resistência múltipla às principais doenças causadas por vírus (doença azul , vermelhão e mosaico comum), bactérias (bacteriose ou mancha angular), fungos (ramulose, mancha branca, causada por ramulária areola, pintas pretas causadas por Alternaria ou stemphylium, fusariose, verticilose, cercosporiose, antarcnose, tombamento, podridão das maçãs) e nematóides das galhas e reniforme.

A resistência a pragas sugadoras e transmissoras de viroses como pulgões e mosca branca é altamente desejável.

 

José Luis da Silva Nunes

Engenheiro Agrônomo, Dr. em Fitotecnia

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