O bicudo é considerado a principal praga dos algodoeiros nas Américas. Se não controlado corretamente, a praga pode causar perdas de até 70% da produção em função da sua alta capacidade de reprodução e elevado poder destrutivo.
Danos
Os primeiros adultos migram para a cultura por ocasião do florescimento, atraídos pelo cheiro, e atacam inicialmente os botões florais que, após o ataque, apresentam as brácteas abertas e, posteriormente, caem. As flores atacadas ficam com o aspecto de balão (“flor em balão”), devido à abertura anormal das pétalas.
As maçãs do algodão apresentam perfurações externas, decorrentes do hábito de alimentação e oviposição do inseto, sendo que, internamente, as fibras e sementes são destruídas pelas larvas, que impedem sua abertura normal (“carimã”), deixando-as enegrecidas.
As chuvas, ou os períodos chuvosos, favorecem o desenvolvimento desta praga, uma vez que a umidade existente conserva os botões atacados por um período maior.
Controle
A utilização de produtos químicos deve seguir as recomendações técnicas da cultura. Além da utilização de produtos químicos recomenda-se, como forma de controle, as seguintes medidas:
a) Época de plantio - O plantio uniforme na região, com todos os produtores plantando na mesma época, faz com que encurte o período com estruturas de reprodução viáveis à oviposição do inseto. Para ter sucesso no controle do bicudo, o produtor deve seguir o zoneamento agrícola específico para o seu algodoeiro.
b) Catação de botões - Técnica simples que consiste na catação das estruturas atacadas pelo inseto e caídas ao solo. Após a catação, queima-se ou se enterram os botões, a uma profundidade nunca inferior a 30cm. Com esta prática, pode-se diminuir até 70% a necessidade de inseticidas. Deve-se fazer a catação de 5 em 5 dias, catando-se em área total em campos com até 15 ha ou nas bordaduras (10 a 15 fileiras) em áreas maiores que 15 ha.
c) Arranquio e queima de restos culturais - Após a colheita, coloca-se o gado para pastar na área, durante 30 dias; depois, retira-se-o da área, amontoa-se e se queimam os restos de cultura, diminuindo a fonte de praga para a próxima safra.
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José Luis da Silva Nunes
Engenheiro Agrônomo, Dr. em Fitotecnia