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Armazenagem

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Foto: Pixabay

Bass Boy

Quando a colheitadeira está com o cesto cheio de algodão, com aproximadamente 180 arrobas, ele deverá ser esvaziado em um reboque especial tipo basculante, denominado Bass Boy, no mesmo local em que se está colhendo, além de evitar que a máquina tenha que sair da sua rota de trabalho, otimizando o tempo de serviço. O Bass Boy é constituído de um chassi, dotado de uma rodagem dupla e cesto confeccionado em tela e chapa metálica tracionado por um trator de média potência (80 cv). O serviço de Bass Boy consiste em receber o algodão da colheitadeira, carga leve, porém de grande volume e transportá-lo até uma prensa compactadora e abastecê-la. A capacidade do Bass Boy é de pouco mais de 1 cesto da colhedeira, aproximadamente 200 arrobas.

Para descarregar o algodão na prensa, basta o operador acionar o hidráulico do trator e o cesto se elevará até a altura da prensa, por intermédio de dois pistões hidráulicos; em seguida, aciona-se outro comando para que um motor hidráulico movimente a esteira dosadora, que descarregará o algodão dentro da prensa, de forma uniforme e controlada. A área de algodão atendida por um Bass Boy é de 500 a 700 ha.

Prensa Compactadora

A prensa compactadora do algodão colhido apresenta configuração similar a um caixão metálico reforçado, sem fundo, montado sobre pneus; suas laterais são reforçadas e, sobre elas e na parte superior, está vinculada uma estrutura que se desloca longitudinalmente e que agrega um pistão com macieira, para apressionar massa de algodão em todo o compartimento. O acionamento da prensa ocorre através da tomada de força do trator, que aciona hidraulicamente o pistão, e um motor hidráulico que comanda, por meio de correntes de roletes, o deslocamente da estrutura com a prensa. O operador da prensa se situa em uma plataforma externa na parte dianteira da máquina e o funcionamento ocorre a cada descarregamento do Bass Boy. Normalmente, são necessários quatro cestos cheios da colheitadeira para formar um módulo ou fardão cujo peso médio é de 10 toneladas, podendo alcançar densidade de até 200 kg.m-3 .

Formação dos Fardões

Através de fardões é a forma de se armazenar a produção na própria lavoura, situandose, de preferência, nas cabeceiras dos talhões, em local estratégico e de fácil acesso. Na confecção do fardão recomenda-se, antes de se limpar a área retirando os talos de plantas de algodão, colocar uma camada de 5cm de brácteas secas (casquilhas de algodão) fornecidas pelas algodoeiras, para evitar que o fundo fique em contato com a terra e, consequentemente, sua contaminação. O fardão deve apresentar bom acabamento para evitar quebras nas extremidades quando da retirada da prensa e no transporte. A cobertura do fardão deve ser com lona plástica nova, envolvendo todo o volume, sem perfurações, para evitar entrada de água da chuva e a amarração deve ser realizada com fios de algodão. Uma vez terminada esta operação, a prensa é deslocada a uma distância média de 20m, onde começará a feitura de um novo fardão. A área de algodão atendida por uma prensa é de 500 a 700 ha.

Transporte da produção

Caso o beneficiamento se realize na própria fazenda produtora de algodão, os fardões ou módulos serão, movimentados e transportados por um caminhão especial, chamado transmódulo e se for realizado por uma algodoeira prestadora de serviço distante da fazenda produtora, a movimentação dos fardos na lavoura ficará por conta do transmódulo e o transporte, caberá a uma carreta tipo prancha. Portanto, a função do transmódulo é agilizar o processo de transporte dos fardões até a algodoeira. O funcionamento do transmódulo consiste em autocarregar a sua plataforma com o fardão, por intermédio de 11 correntes paralelas e roletes de apoio, transportá-lo a determinado lugar e descarregá-lo na prancha, no pátio da algodoeira ou na área de atuação da piranha. Para a carreta-prancha transportar o fardão, é necessário a interferência do transmódulo para o seu carregamento, e para o seu descarregamento na algodoeira. O transmódulo é um caminhão adaptado que contém uma plataforma de 11,3 m de comprimento, com capacidade de transporte de 10 toneladas. A área de algodão atendida por um caminhão transmódulo é de 2000 a 2500 ha.

Beneficiamento do algodão

O beneficiamento do algodão é feito nas Algodoeiras, é a etapa prévia para a sua industrialização e consiste na separação da fibra das sementes por processos mecânicos, com mínima depreciação das qualidades intrínsecas da fibra e a obtenção de um bom tipo de algodão, de maneira a atender às exigências da indústria têxtil e de fiação.

O processo se inicia com a pesagem do fardão que, posteriormente, passa por um equipamento denominado vulgarmente de Piranha ou Ricardão, que tem a função de desmanchá-lo através de eixos batedores de pinos que abrem, desempelotam e limpam parte do algodão, conduzindo-o a uma esteira que o levará à sucção de alimentação da usina. Em outras algodoeiras que não dispõe de desmanchadores, o processo de alimentação é realizado por meio de tubos telescópio que atuam sobre os fardões ou gaiolas promovendo alimentação da usina de beneficiamento via sucção. Em algodoeiras equipadas com aferidores eletrônicos é possível determinar a umidade do algodão e proceder a secagem ou umidificação conforme o caso, para melhorar as operações de limpeza e descaroçamento, garantindo melhor qualidade final da fibra. O processo de separação da fibra da semente é realizado por descaroçadores de serras circulares que são apresentados em diferentes modelos, número de serras, capacidade de trabalho e fabricantes. Através de processos eletrônicos é possível regular o peso médio dos fardos a serem compactados e amarrados ao final do processo além da retirada automática de amostras para analise no HVI (high volume instruments).

 

José Luis da Silva Nunes

Engenheiro Agrônomo, Dr. em Fitotecnia

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